No caso do ISE, pela metodologia, a B3 faz perguntas à empresa após a descoberta do problema, no caso da Americanas, o rombo de R$ 20 bilhões, e pode decidir por sua exclusão da carteira, que é replicada por vários fundos. Esse procedimento é mais rápido. “A gente está em contato com a empresa.” Com base nas respostas – ou na ausência delas – a B3 toma a decisão. “Em termos reputacionais, vemos que as empresas dão atenção muito relevante para fazer parte do ISE”, disse Finkelsztain.
O papel do Novo Mercado não é alertar sobre fraudes, função que cabe mais a empresas de auditoria e do regulador. A B3 tem função como provedora de infraestrutura para serviços. “Não é nossa função acusar ninguém. Prover o regulador com toda informação possível é nossa função”, disse o CEO.
“Nosso papel é garantir boa formação de preços, por isso os leilões.” O pior que poderia acontecer é a assimetria de informação entre os investidores. Os leilões, quando a negociação é interrompida, é uma forma da B3 proteger a formação de preços.
O procedimento do Novo Mercado sobre as regras que a empresa precisa cumprir é claro. “Não sei o que aconteceu nas Americanas, se foi erro ou fraude”, disse o executivo. “Mas dificilmente a B3 poderia fazer alguma coisa via Novo Mercado. Não cabe ao Novo Mercado dizer se o comitê de auditoria é bom ou ruim”.
Não é proposta do Novo Mercado ser invasivo, ou apontar quem deve estar no comitê de auditoria, disse o presidente da B3. “O Novo Mercado tenta dar patamar mínimo de governança”, afirmou ele, ressaltando que não é possível ser 100% blindado.
Quando perguntado por jornalistas se as auditorias deixaram de funcionar, tanto em Americanas como no IRB, Finkelsztain disse que é difícil discordar deste ponto.