O presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos André, afirmou que, embora o Brasil tenha uma vocação natural em finanças sustentáveis, o mercado de capitais precisa crescer mais para abraçar essa pauta.
“Temos de transformar o que é iniciativa de nicho, em algo que seja lugar comum no mercado de capitais brasileiros e para isso precisamos crescer o mercado”, disse em evento realizado pela Alfi, associação da indústria de fundos de Luxemburgo.
Segundo André, o mercado de capitais brasileiro tem regulação bem construída e é uma referência em diversas frentes, “ mas o mercado precisa crescer, para não acabarmos tendo mais interesse do estrangeiro do que do investidor local.”
Base de dados de investimento no exterior
O diretor-executivo da Anbima José Carlos Doherty disse nesta quinta-feira (7) que a associação deve ter pronta no segundo semestre uma base de dados de investimentos no exterior, a qual já está sendo estruturada, por meio da captação das informações. Doherty disse que atualmente há cerca de R$ 350 bilhões de recursos alocados em investimentos no exterior, por meio de 1,9 mil fundos.
“É ainda um volume pequeno em comparação aos cerca de R$ 8 trilhões da indústria de fundos brasileira, mas vem crescendo”, afirmou durante o evento da Alfi.
Muito desse crescimento vem da regulação 175, que permitiu que investidores de varejo pudessem alocar em fundos com 100% em ativos internacionais. “A regulação 175 é transformadora e coloca a indústria de fundos e agentes em outro patamar”, disse.
O presidente da Anbima, Carlos André, observou ainda que cada vez mais o mercado está preparado para utilizar os ativos internacionais como forma de diversificação. Ele lembrou que cada vez mais há alternativas de contas internacionais, criando familiaridade da sociedade e dos potenciais investidores a entender o mercado internacional e vantagens. “Vejo um ambiente mais desenvolvido e propenso as alocações no exterior”, disse.