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Após B3, Anbima publica regras para influencers de investimentos; confira

Mudanças buscam garantir maior transparência ao investidor sobre as relações entre empresas e influenciadores

Após B3, Anbima publica regras para influencers de investimentos; confira
Thiago Nigro, o Primo Rico, foi considerado um dos principais "finfluencers" pela Anbima. Foto: Divulgação
  • A Anbima publicou nesta quarta-feira (13) novas regras para influenciadores digitais de finanças
  • O principal objetivo das normas é garantir maior transparência ao investidor sobre as relações entre distribuidores e influenciadores
  • As mudanças passam a valer em 13 de novembro deste ano

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicou nesta quarta-feira (13) novas regras para influenciadores digitais de finanças. As mudanças passam a valer em 13 de novembro deste ano e são voltadas à contratação dos profissionais para publicidade de produtos de investimento.

O principal objetivo das normas é garantir maior transparência ao investidor sobre as relações entre distribuidores e influenciadores. Os chamados “finfluencers” (influencers de finanças) têm ganhado destaque nas redes sociais e chamado a atenção de órgãos do mercado financeiro, como a B3 e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Na última semana, a BSM Supervisão de Mercado, principal autorreguladora do mercado de capitais brasileiro que integra o grupo da B3, publicou uma nota de orientação com recomendações sobre o relacionamento de gestoras e corretoras com influenciadores. Meses antes, em abril, a CVM já havia publicado um estudo com o objetivo de estender aos influencers as obrigações exigidas aos regulados do órgão.

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No primeiro semestre de 2022, o estudo “FInfluence – Quem fala de investimentos nas redes sociais”, da Anbima, monitorou 255 perfis que juntos somavam 94,1 milhões de seguidores nas redes sociais. Nesse período, os influencers analisados realizaram 52,8 mil menções a produtos de investimento, sendo que o público se mostrou 207% mais engajado com posts sobre opções de renda fixa.

Entre os 10 principais influenciadores digitais de investimentos, de acordo com a Anbima, Charles Mendlowicz, o Economista Sincero, figurou na primeira posição, seguido por Fernando Ulrich e Tiago Guitián Reis, analistas da Liberta Investimentos e da Suno Research, respectivamente. Thiago Nigro, o Primo Rico, nome popular nas redes sociais, ficou no sexto lugar do ranking.

Novas Regras

Com as mudanças, os influenciadores deverão informar, por escrito ou verbalmente, quando estiverem fazendo uma publicação patrocinada ou em parceria com instituições. A adição de hashtags mencionando minimamente que se trata de publicidade também é uma alternativa, desde que esteja vinculada ao distribuidor, com inserção, por exemplo, de #parceria e #nomedainstituição.

“Nosso objetivo não é autorregular as atividades dos influenciadores, mas ajudar o investidor a ter acesso a informações importantes para sua tomada de decisão. É importante que os seguidores saibam quando uma postagem é publicidade e quando não é”, afirma Luiz Henrique Carvalho, gerente de Representação de Distribuição de Produtos de Investimento da Anbima.

As regras também preveem que as instituições são corresponsáveis pelo conteúdo das publicações contratadas. Dessa forma, as empresas devem garantir que o influencer tenha as certificações ou autorizações necessárias caso esteja desempenhando alguma atividade regulada, como recomendação ou análise de produto.

“Isso não quer dizer que o influenciador não terá liberdade para se comunicar com seu público como sempre fez, mas, sim, que a instituição será também responsável pelo conteúdo contratado e publicado, garantindo que o investidor receba com clareza as informações, análises ou recomendações, se for o caso”, explica Carvalho.

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Todas as relações comerciais deverão ser regidas por um contrato, que precisa informar não só os meios de divulgação da publicidade, mas também a descrição geral dos produtos apresentados, a periodicidade das publicações, o número de inserções nas redes sociais e a remuneração do influenciador digital. As instituições devem ainda encaminhar para a Anbima a lista dos influencers parceiros e manter os prints e links das publicações contratadas por um ano.

As novas regras foram definidas em audiência pública realizada entre maio e junho deste ano. Os influenciadores foram convidados pela Anbima a participar do processo, com encontros individuais tendo sido realizados com alguns dos nomes mais relevantes do país, além de uma reunião aberta que contou com cerca de 150 participantes.

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