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Corretoras fora do ar? Veja como apagão cibernético afeta investidores e o mercado financeiro

Apesar das negociações seguirem normais na B3, plataformas de investimentos passam por instabilidade

Corretoras fora do ar? Veja como apagão cibernético afeta investidores e o mercado financeiro
Corretoras apresentaram instabilidades em meio à apagão cibernético. Foto: Envato Elements

Um apagão cibernético afeta diferentes serviços globais nesta sexta-feira (19). As falhas e interrupções atingem redes de TV, aeroportos, bancos e muitas outras empresas do mundo todo. Até mesmo os investidores são prejudicados, já que corretoras e plataformas de investimentos têm apresentado dificuldades de funcionamento.

Não há indícios, até o momento, de que o problema esteja relacionado a um ataque hacker. O apagão foi atribuído à CrowdStrike, empresa de segurança cibernética cujo software é usado por dezenas de indústrias ao redor do globo para proteção contra hackers e violações externas. De acordo com esta reportagem do Estadão, uma atualização emitida pela CrowdStrike teria ocasionado o problema, resultando em travamentos de máquinas que executam o sistema operacional Microsoft Windows.

As interrupções chegaram também ao mercado financeiro. Segundo informações da Reuters, o LSEG Group, que administra a Bolsa de Valores de Londres, informou que suas plataformas de notícias e de dados sofreram um problema técnico pela manhã devido ao apagão.

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Já a Bolsa Europeia de Energia (European Energy Exchange, em inglês) informou que os clientes que utilizam a plataforma de comércio de energia e gás Trayport estavam tendo problemas para negociar “devido a falhas de infraestrutura com prestadores de serviços terceirizados”. Posteriormente, no entanto, a empresa destacou que as brechas haviam sido solucionadas.

Por aqui, a B3 tranquilizou os investidores no início do dia alegando que nenhum de seus serviços e plataformas de operação foram afetados pela falha técnica. “Reforçamos que nossos sistemas continuam operando e aptos para pleno funcionamento do mercado”, afirmou a empresa em comunicado.

Apesar das negociações seguirem normais na Bolsa brasileira, certas corretoras e plataformas de investimentos enfrentaram interrupções em suas operações nesta sexta-feira. A Clear Corretora afirmou que algumas de suas funcionalidades estavam temporariamente indisponíveis e poderiam apresentar instabilidades ao longo do dia. “Estamos trabalhando para restabelecer os serviços e o atualizaremos tão logo tenhamos novidades”, disse a empresa aos clientes.

Já a XP Investimentos passou por falhas ao longo desta sexta-feira, atingindo um pico de 62 reclamações às 11h18, segundo o site Downdetector, que monitora serviços on-line. “A XP informa que, diante do incidente de tecnologia global, está atuando com prioridade absoluta para identificar e corrigir eventuais intercorrências que possam impactar os clientes”, afirmou a corretora em nota.

A Toro Investimentos também enfrentou dificuldades de operação pela manhã. À tarde, no entanto, a corretora afirmou, em sua conta oficial no Instagram, que os problemas já haviam sido resolvidos. “Nosso time reestabeleceu o funcionamento total dos nossos sistemas após falha sistêmica da Microsoft, que afetou várias empresas globalmente”, destacou a casa, afirmando que os clientes já podem acessar a conta Toro normalmente por celular ou aplicativo.

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Já a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) comunicou que seus sistemas foram afetados temporariamente. Às 15h10, a Associações atualizou o estado de funcionamento dos seus serviços:

  • ⁠Sistema Selic do Banco Central: permanece com as operações normais e sem impactos;
  • Preços e índices: reestabelecido;
  • Precificação: listagens do Banco Central 550 e 238 já foram reestabelecidas novamente no nosso site;
  • Fundos de investimento: envio de informações diárias regularizado;
  • Anbima Feed: alguns pacotes podem sofrer atraso na divulgação de informação;
  • Certificação: ⁠inscrição, pagamento e agendamento das provas também estão ativos.

Serviços de bancos também passam por instabilidades

O Bradesco (BBDC4;BBDC3) ficou com o aplicativo fora do ar pela manhã, mas disse que seus canais digitais voltaram a operar normalmente à tarde. A empresa acrescentou que, eventualmente, podem ocorrer registros isolados de intermitência. “Em breve, todos os acessos estarão estáveis”, explicou o banco.

As demais grandes companhias do setor financeiro com capital aberto em Bolsa, como Banco do Brasil (BBSA3)Itaú (ITUB4)Nubank (ROXO34) e Santander (SANB11) responderam em nota que não foram afetadas. O Nubank, porém, disse que identificou impacto na operação dos canais de atendimento ao cliente, levando a um tempo maior do que o habitual nas interações.

BTG Pactual (BPAC11), por sua vez, disse que seus aplicativos estão funcionando normalmente, mas que ferramentas do app ligadas a operadores externos podem apresentar alguma indisponibilidade. Já a Caixa Econômica Federal e o PicPay informaram ao Broadcast que seus canais digitais seguem funcionando regularmente.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destacou que a maioria das instituições financeiras brasileiras já normalizou seus serviços e as demais estão em avançado estado de normalização e trabalhando para garantir o funcionamento de seus serviços rapidamente. “Alguns sistemas das instituições financeiras brasileiras chegaram a ser temporariamente afetados em diferentes escalas pela atualização do antivírus CrowdStrike, mas nada que comprometesse a prestação de serviços de forma relevante”, pontuou a Federação.

Outras empresas afetadas pelo apagão cibernético

Nesta matéria, reunimos informações sobre outras empresas da Bolsa brasileira que foram penalizadas pelo apagão. A Azul (AZUL4) confirmou que foi atingida pelo problemas e afirmou que alguns de seus voos poderiam sofrer atrasos pontuais devido à intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas.

No setor elétrico, a situação não foi tão diferente. A Neoenergia (NEOE3) informou que alguns de seus serviços comerciais estão temporariamente indisponíveis por conta do apagão cibernético.

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Em Minas Gerais, a Cemig (CMIG3) informou que o problema afetou a estabilidade dos canais de atendimento da empresa, especificamente o Cemig Atende Portal (Agência Virtual) e o Aplicativo Cemig. Já no Paraná, a Copel (CPLE6) revelou que as interrupções ocasionadas pelo apagão cibernético impactaram parte dos seus sistemas da operação da distribuição e de atendimento ao cliente “brevemente” durante a madrugada desta sexta-feira, mas que não houve prejuízo aos usuários.