O que este conteúdo fez por você?
- Uma atualização de software emitida pela CrowdStrike estaria na raiz do problema, resultando em travamentos de máquinas que executam o sistema operacional Microsoft Windows
- No Brasil, companhias do setor aéreo e do setor financeiro foram prejudicas nesta manhã
- Em notas enviadas ao E-Investidor, o Bradesco (BBDC4) e a Azul (AZUL4) confirmaram que foram atingidos pelo apagão; Confira a situação de outras empresas que operam no País
Um apagão cibernético global, que afetou redes de TV, aeroportos, bancos, bolsas de valores e outros serviços em todo o mundo, também impactou empresas brasileiras nesta sexta-feira (19). Companhias do setores aéreo e financeiro foram prejudicas nesta manhã. Em notas enviadas ao E-Investidor, o Bradesco (BBDC4) e a Azul (AZUL4) confirmaram que foram atingidos pelo apagão.
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Em nota, o banco de Osasco diz que os sistemas dos canais digitais apresentam indisponibilidade nesta manhã, mas que à tarde foram resolvidos. “Eventualmente, podem ocorrer registros isolados de intermitência. Em breve, todos acessos estarão estáveis”, diz o banco.
Outras empresas do setor financeiro foram prejudicadas. Em nota, a XP Investimentos disse que diante do incidente de tecnologia global, está atuando com prioridade absoluta para identificar e “corrigir eventuais intercorrências que possam impactar os clientes”. O BTG Pactual (BPAC11) disse que seus aplicativos estão funcionando normalmente, mas que partes do aplicativo ligados a operadores externos podem apresentar alguma indisponibilidade.
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As demais grandes empresas do setor financeiro com capital aberto em bolsa, como Banco do Brasil (BBSA3), Itaú (ITUB4), Nubank (ROXO34) e Santander (SANB11) responderam em nota que não foram afetadas. O Nubank, no entanto, comentou que identificou impacto na operação dos canais de atendimento ao cliente, levando a um tempo maior do que o habitual nas interações.
Em nota ao Brodcast, a Caixa Econômica Federal e o PicPay informaram que seus canais digitais seguem funcionando normalmente nesta manhã. Além dos bancos, outras empresas do setor financeiro pelo mundo apresentaram falhas em suas operações. A bolsa de valores de Londres, por exemplo, foi a afetada no início do pregão local. Segundo informações da imprensa internacional, as operações foram normalizadas ao longo do dia.
O não funcionamento de algumas bolsas no mercado internacional fizeram alguns investidores se questionarem se a B3 também foi afetada. Em nota enviada ao E-Investidor, a empresa disse que que nenhum de seus serviços e plataformas de operação foi prejudicado pela falha técnica que atingiu diversos setores globalmente. “Reforçamos que nossos sistemas continuam operando e aptos para pleno funcionamento do mercado”, disse a companhia que gerencia a Bolsa de Valores do Brasil.
Todavia, algumas corretoras foram impactadas, como é o caso da Clear Corretora. A empresa informou aos clientes que sua plataforma de investimento e algumas outras funcionalidades estão temporariamente indisponíveis e podem apresentar instabilidades ao longo do dia de hoje. “Estamos trabalhando para reestabelecer os serviços e o atualizaremos tão logo tenhamos novidades”, disse a empresa.
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Fora do setor de bancos e finanças, a Petrobras (PETR3; PETR4) disse suas operações continuam em perfeito funcionamento e que os problemas vistos em muitas empresas não aconteceram com a estatal. Já o Magazine Luiza (MGLU3) confirmou que foi afetado pelo apagão cibernético.
Segundo a varejista, houve um aumento no tempo de processamento de seus pagamentos, que foi motivado pela instabilidade sofrida por uma empresa parceira. “O efeito foi imaterial e está em processo de imediata resolução”, afirma a companhia.
Quais empresas aéreas foram afetadas pelo apagão cibernético?
No Brasil, as duas empresas aéreas listadas em bolsa relataram situações diferentes. A Azul (AZUL4) confirmou que foi atingida pelo apagão cibernético global. A empresa afirmou que alguns voos podem sofrer atrasos pontuais devido à intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas.
“A recomendação é que os clientes, que possuem voo hoje e ainda não realizaram o check-in, cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da companhia. A Azul lamenta eventuais transtornos causados aos clientes”, afirma a empresa. Já a Gol (GOLL4) informou que os seus sistemas e as suas operações nos aeroportos não sofreram impactos até o momento.
Segundo informações do Broadcast, a Aena Brasil comentou que os sistemas estão funcionando normalmente em todos os 17 aeroportos administrados pela concessionária após o apagão cibernético global. De acordo com a companhia, o aeroporto de Congonhas (SP) não teve impactos em suas operações de pouso e decolagem.
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Ainda assim, por questões específicas das companhias aéreas, até as 8h30 houve o registro de oito voos com decolagens atrasadas, sendo cinco em Recife, um em Campo Grande, um em Santarém e um Montes Claros, segundo nota enviada pela companhia. Além de Congonhas, a Aena administra os aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE) Campina Grande (PB), Campo Grande (MS), Uberlândia (MG), Santarém (PA), Marabá (PA), Montes Claros (MG), Parauapebas (PA), Uberaba (MG), Altamira (PA), Ponta Porã (MS) e Corumbá (MS).
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informa que o caos global nos sistemas de comunicação não atingiu os sistemas da aviação brasileira, que seguem operando em normalidade.
Contudo, a Anac diz que monitora a situação e está em contato com os operadores aéreos e aeroportuários para avaliar e minimizar eventuais impactos no setor. “É importante destacar que, em casos de atrasos de voo, cancelamento ou interrupção do serviço, aplicam-se as disposições da Resolução nº 400 da Anac, que trata das condições gerais de transporte aéreo”, diz a agência em nota.
Veja quais empresas do setor elétrico foram afetadas pelo apagão cibernético
No setor elétrico a situação não foi tão diferente. A Neoenergia (NEOE3) informou que alguns de seus serviços comerciais estão temporariamente indisponíveis por conta do apagão cibernético.
“Em decorrência da instabilidade global que afeta sistemas da Microsoft, a Neoenergia informa que alguns serviços comerciais estão temporariamente indisponíveis. A empresa está adotando soluções alternativas para minimizar o impacto aos clientes”, informou em nota.
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O grupo conta com quatro distribuidoras Coelba (BA), Celpe (PE), Cosern (RN) e Elektro (SP). As quatro companhias atendem a 13,9 milhões de clientes, o que corresponde a cerca de 34 milhões de pessoas.
Em Minas, a Cemig (CMIG3) informou que o apagão cibernético que interferiu na prestação de serviços em todo o mundo afetou a estabilidade dos canais de atendimento da empresa, especificamente o Cemig Atende Portal (Agência Virtual) e o Aplicativo Cemig.
A companhia afirmou que está trabalhando com todas as equipes técnicas mobilizadas para regularização o mais breve possível. Enquanto isso, orienta os clientes a direcionar as demandas nos demais canais oficiais da Cemig “que estão preparados para receber todas as solicitações”, reforçou em nota. A empresa, que tem mais de 9 milhões de consumidores em Minas Gerais, relatou ainda que suas operações de campo não foram afetadas.
No Paraná, a Copel (CPLE6) revelou que o apagão cibernético global que tem afetado a prestação de serviços em todo o mundo impactou parte dos seus sistemas da operação da distribuição e de atendimento ao cliente “brevemente” durante a madrugada desta sexta-feira (19), mas que não houve prejuízo aos clientes.
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“Todas as plataformas já foram restabelecidas e operam normalmente nesta manhã. Apesar do incidente, a Copel não registrou prejuízos ao atendimento aos seus clientes”, informou em nota. A elétrica atende mais de cinco milhões de unidades consumidoras em 395 municípios do Paraná.
Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que “o apagão cibernético global não trouxe impactos para as atividades da empresa e nem para a operação do Sistema Interligado Nacional”.
Em nota, a instituição que coordena e controla a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica em todo o SIN disse que sua infraestrutura computacional não está diretamente sujeita ao evento já que o incidente foi causado por um produto que não é utilizado pela instituição. “As equipes do operador seguem monitorando os reflexos e impactos do ocorrido”, completou o órgão setorial.
Apagão cibernético foi ataque hacker?
Segundo esta reportagem do Estadão, o apagão cibernético provocou atrasos em voos, além de prejudicar serviços bancários e de comunicação ao redor do mundo. Países como Austrália, Reino Unido, Nova Zelândia e Índia reportaram problemas técnicos que afetaram redes de televisão nacionais, aeroportos internacionais, operadoras ferroviárias, bolsas de valores e outros serviços.
Não há indícios de que o apagão esteja relacionado a um ataque hacker. A interrupção foi atribuída à CrowdStrike, uma empresa de segurança cibernética cujo software é usado por dezenas de indústrias ao redor do mundo para proteger contra hackers e violações externas. Uma atualização de software emitida pela CrowdStrike está na raiz do problema, resultando em travamentos de máquinas que executam o sistema operacional Microsoft Windows.
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Em nota, a Microsoft disse na tarde desta sexta-feira que todos os seus serviços já foram retomados. A volta à normalidade pode ser questão tempo e o apagão cibernético deve chegar ao fim.