A Azul (AZUL4) informou na noite desta sexta-feira (27) que segue em negociações ativas com seus principais stakeholders (partes interessadas no negócio) a fim de otimizar sua estrutura de capital vigente, em razão do plano de reestruturação implementado no ano passado.
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu esclarecimentos à companhia aérea, após uma notícia divulgada pelo Exame Insight nesta semana sinalizar que a empresa teria chegado a um acordo com 90% dos arrendadores de aeronaves. Segundo fontes ouvidas pelo veículo, esse patamar deveria chegar a 100% ainda nos próximos dias.
A expectativa de pessoas próximas às negociações seria de que a operação para trazer recursos extras para empresa acontecesse até o fim de outubro, contrariando as expectativas do mercado de que uma oferta privada ocorresse só entre abril e maio de 2025.
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O objetivo da companhia aérea no acordo seria converter em ações os cerca de US$ 600 milhões de dívida com os donos das aeronaves. Os arrendadores passariam a deter entre 20% e 22% do capital social da Azul, num valor estimado de R$ 30 por ação.
Em relação ao pedido de esclarecimento da CVM, a empresa reforçou que, em linhas gerais, e conforme já informado pela companhia por meio de suas últimas publicações, os stakeholders têm se mostrado favoráveis às discussões referentes aos planos para otimização da estrutura de capital, fazendo com que as negociações continuem avançando.
“Posto isso, e apesar do bom ritmo das negociações entre a companhia e seus principais stakeholders, no momento, não há documento vinculante firmado, e os termos e condições de eventual reestruturação ainda estão sujeitos à discussão e definição pelas partes envolvidas”, ponderou a Azul, que também não indicou mais informações ou previsões específicas de data para a celebração do acordo com credores.
XP vê notícia sobre acordo com bons olhos
Na visão da XP, caso o acordo seja realmente confirmado, ele representaria um gatilho positivo para a Azul e uma importante fonte de alta para as ações no curto prazo.
Em relatório, os analistas Pedro Bruno e Matheus Sant’anna calculam que a renegociação de um instrumento conversível em ações para uma diluição no intervalo de 20% a 22% implica uma emissão de R$ 25,25 a R$ 28,40 por ação, levando a um corte de aproximadamente R$ 1,8 bilhão na dívida, correspondente a 95% do atual valor de mercado da Azul.
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Adicionalmente, os analistas enxergam que a notícia sugere uma aceleração do plano de aumento de capital privado da companhia para outubro de 2024, o que também representa uma indicação positiva devido à posição de liquidez atualmente apertada da empresa.
Enquanto os investidores monitoram os próximos passos das negociações da companhia com credores, os papéis da aérea registram um desempenho positivo na Bolsa brasileira em setembro, acumulando uma valorização 10,20% no mês. Nesta sexta-feira, as ações da Azul lideraram a ponta positiva do Ibovespa, ao subirem 6,06%, enquanto registraram a segunda maior alta do índice na semana, avançando 13,12% no período.