(Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues, Estadão Conteúdo) – O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central reafirmou hoje, por meio da ata de seu último encontro, que a alta de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros), a 13,75%, é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
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Atualmente, o horizonte relevante inclui o ano de 2023 e, em menor grau, 2024. A projeção oficial do BC para o ano que vem é de 4,6%, acima do centro da meta (3,25%), mas levemente abaixo do limite superior (4,75%). Já para 2024, a estimativa é de 2,7%, aquém do alvo central de 3,0%.
Além disso, o Copom repetiu que a decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva. O colegiado ainda voltou a dizer que a decisão implica “suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego“. Essas ideias expressas na ata já constaram no comunicado da semana passada.
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O balanço de riscos continuou com fatores em ambas as direções. Do lado de alta, uma maior persistência inflacionária global e a incerteza sobre o arcabouço fiscal do Brasil e estímulos adicionais que sustentem a demanda. Para baixo, o BC vê riscos de reversão, ainda que parcial, dos preços de commodities em reais e desaceleração mais acentuada da atividade. Mas o colegiado alertou que a extensão de medidas fiscais que estimulem a demanda aumenta a chance de uma inflação maior, em meio a promessas dos principais candidatos ao Planalto de tornar permanente o Auxílio Brasil de R$ 600.
“O Comitê pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário”, disse, em relação a algo que o presidente Jair Bolsonaro e seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendem.
Por outro lado, o Copom considerou que o “aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua os riscos de baixa” e completou que a conjuntura incerta e volátil requer “serenidade” na avaliação dos riscos.