Na divulgação do balanço, há pouco nesta quarta-feira (12), a estatal revisou suas projeções (guidance) para o ano: cortou a projeção de lucro e agora espera um ganho líquido entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões em 2025, abaixo da faixa anterior, que ia de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões.
“Para 2025, reconhecemos que, diante das dificuldades, entregaremos um lucro médio menor que o do ano passado, mas ainda com uma rentabilidade sólida”, disse o vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores do BB, Geovanne Tobias, em vídeo divulgado junto ao balanço, ressaltando que o banco fará R$ 61 bilhões em provisões para créditos de liquidação duvidosa. “E ainda assim o banco terá um lucro próximo de R$ 20 bilhões.”, completou.
O ROE no 3T25 fechou em 8,4%, igual patamar verificado no trimestre imediatamente anterior, mas bem abaixo dos 21% reportado há 12 meses.
Inadimplência do BB no 3T25 sobe
A taxa de inadimplência de 90 dias na carteira de crédito do Banco do Brasil atingiu 4,93% no 3T25, de 3,33% em igual período de 2024 e 4,21% no segundo trimestre de 2025. O indicador subiu em todas as linhas, mas foi pressionado, sobretudo, pelo agronegócio.
O banco divulgou também uma inadimplência para atrasos acima de 30 dias, que ficou em 6,75% no terceiro trimestre, de 5,92% no segundo período do ano.
Com o avanço dos calotes, o BB ampliou o volume de provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), o que impactou no resultado. “Estamos atravessando um momento de ajustes para preparar o banco para retomar seu patamar de rentabilidade”, afirmou Tobias.
As provisões somaram R$ 17,9 bilhões no terceiro trimestre deste ano, avanço de 54,2% em relação ao mesmo período de 2024 – em linha com as previsões de três casas consultadas pelo E-Investidor. Em um trimestre, as provisões subiram 12,7%. No ano, o banco já fez R$ 44 bilhões em provisões.
O indicador chamado custo do crédito, que incluiu as provisões descontadas das recuperações de empréstimos com problemas, subiu 78% no ano. Desse total de provisões do terceiro trimestre, R$ 8,8 bilhões são para a carteira de agronegócios. O banco destaca no balanço que o setor vem apresentando problemas principalmente na cultura da soja e nas Regiões Centro-Oeste e Sul do País, além do efeito dos pedidos de recuperação judicial no segmento
Detalhamento da carteira de crédito do BB
A carteira de crédito do agronegócio, a que tem apresentado maiores problemas, avançou 3,2% em 12 meses, para R$ 386,571 bilhões no terceiro trimestre. Já a carteira de pessoa física cresceu 7,9% em um ano, para R$ 324,895 bilhões.
Ainda na atividade de crédito, a carteira ampliada cresceu 7,5% em 12 meses, totalizando R$ 1,278 trilhão, com recuo de 1,2% na comparação trimestral. A alta anual foi puxada pela expansão de 10,4% na carteira de pessoa jurídica, para R$ 410,193 bilhões.
A margem financeira bruta somou R$ 26,365 bilhões, alta de 1,9% em 12 meses e avanço de 5,1% ante o segundo trimestre. A margem com clientes atingiu R$ 24,628 bilhões, crescimento de 18,6% em um ano, enquanto a margem com o mercado recuou 66%, para R$ 1,737 bilhão, refletindo o ambiente menos favorável para este tipo de operação.
O BB fechou o terceiro trimestre com R$ 2,538 trilhões em ativos, aumento de 2,8% em relação a igual período do ano passado.
Nos indicadores de capital, o Índice de Basileia ficou em 14,81% e o capital principal, em 11,16%, ambos praticamente estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior. Nas receitas, destaque para o avanço de 12% nas receitas com fundos, para R$ 2,7 bilhões, enquanto mercado de capitais e conta corrente recuaram 11,9% e 21,6%, respectivamente.
BBAS anuncia R$ 410,5 milhões em proventos no 3T25
O Banco do Brasil anunciou R$ 410.587.269,98 a título de remuneração aos acionistas sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), a R$ 0,07192713139 por ação. Os valores serão pagos no dia 11 de dezembro deste ano, tendo como base a posição acionária o dia 1º do mesmo mês. Assim, a partir do dia seguinte, 2, as ações passam a ser negociadas “ex-JCP”.
* A nota enviada anteriormente continha um erro de informação, pois o Banco do Brasil não anunciou revisão do guidance de ROE. O texto foi atualizado e agora está correto.
* Com informações do Broadcast.