O Banco do Brasil (BBAS3) acredita que está em uma posição de mercado favorável para que seu lucro cresça um dígito alto no ano que vem, afirma o Citi. Ainda de acordo com o banco, alguns sinais sobre o desempenho do BB em 2024 começam a surgir, mesmo que as projeções oficiais ainda não tenham sido publicadas.
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O Citi teve uma conversa com Geovanne Tobias, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores do banco, Janaína Storti, gerente geral de RI, e Marcelo Oliveira, gerente de RI, em que repassou a eles perguntas de investidores.
De acordo com o relato, o BB espera um índice de eficiência de cerca de 28% no ano que vem, próximo ao visto no terceiro trimestre. Além disso, acredita que “faria sentido” esperar um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) próximo a 20%, graças ao aumento das margens vindo do crédito ao varejo à medida que os juros caírem.
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O crédito consignado, que responde por cerca de 40% da carteira do varejo, deve continuar crescendo a dois dígitos porcentuais em 2024. “O BB destacou que, a despeito da portabilidade e da entrada de nomes digitais no segmento, a base de clientes do banco se mostrou resiliente, com pouco sinal de deterioração”, relata o analista Rafael Frade.
No agronegócio, o BB relatou ter uma exposição baixa a regiões afetadas pelo fenômeno climático El Niño. O banco também monitora os preços de commodities e seus impactos para os clientes. “Por exemplo, alguns podem postergar a venda das sagras, atrasando seus empréstimos. Graças às capacidades de mapeamento, o banco já está trabalhando em uma solução para casos particulares”, escreve o Citi.
O BB também informou, de acordo com o relatório, que houve uma redução de margem no segmento agro, mas que consegue ampliar as margens com a oferta de serviços e produtos que complementam o crédito.
Outro ponto discutido foi o impacto da adoção da norma contábil IFRS 9 sobre o balanço. O BB não tem uma estimativa oficial de qual será o impacto da adoção da metodologia de perda esperada sobre o volume de provisões contra a inadimplência.
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Ao tratar do Patagonia, banco que controla na Argentina, o BB afirmou que monitora de perto os resultados das eleições no país vizinho, mas que acredita que, de todo modo, a contribuição da operação às margens vai cair à frente. “Não há planos de vender o ativo, que tem bons indicadores e uma rede de cerca de 300 agências”, diz Frade no relato.
O Citi recomenda a compra das ações do BB, e tem preço-alvo de R$ 74, 47,2% acima do fechamento de ontem (16).