O Banco Central prevê para o próximo mês a criação da linha financeira de liquidez sustentável dentro de suas ações verdes, afirmou nesta quinta-feira (21) a diretora de Assuntos Internacionais e Riscos Corporativos da autarquia, Fernanda Guardado.
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Por meio das linhas financeiras de liquidez, as instituições financeiras poderão, a partir de 16 de novembro, usar debêntures e notas comerciais como garantia para obter empréstimos junto ao BC. A autoridade monetária já havia indicado a intenção de criar uma linha verde no âmbito dessa iniciativa, mas ainda não havia detalhado quando isso ocorreria.
Ao participar do Seminário Sustentabilidade no 50º Ciclo de Reuniões do Mercosul Financeiro, Guardado indicou para dezembro a implementação de critérios de sustentabilidade para seleção de contrapartes e de investimentos na gestão das reservas internacionais e, para dezembro de 2022, a criação do bureau de crédito sustentável.
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Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, havia dito que o bureau será alinhado ao open finance, o que fará com que os beneficiários do crédito rural possam compartilhar suas informações sem necessidade de intermediação de agentes financeiros, o que levará a uma melhor precificação dos ativos.
Com o bureau, serão definidos os critérios de sustentabilidade aplicáveis às concessões de crédito rural, que permitirão caracterizar as operações como sustentáveis dos pontos de vista social, ambiental e climático.
Segundo a diretora, no âmbito da supervisão do BC, a intenção também é estruturar e ampliar a coleta de informações sobre riscos socioambientais até o último mês deste ano e realizar testes de estresse climático até abril do ano que vem.
Se atendo exclusivamente ao tema da sustentabilidade, Guardado ponderou que riscos sociais, ambientais e climáticos podem afetar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira, que são o coração da missão da autoridade monetária.
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Nesse sentido, ela pontuou que as consequências dos fenômenos El Niño e La Niña na América do Sul são vistas com cada vez mais frequência, afetando a agricultura e a geração de eletricidade e, por conseguinte, a inflação nos países do bloco.
Guardado destacou que esses choques trazem grandes desafios para a condução da política monetária e podem, no longo prazo, afetar a produtividade, o crescimento da atividade e “quiçá até a taxa de juros neutra da economia”.