O boletim Focus trouxe, nesta segunda-feira (6), as revisões para as principais variáveis macroeconômicas do País, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
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A mediana do documento do Banco Central (BC) para a Selic no fim de 2025 aumentou de 14,75% para 15,0%. Um mês atrás, estava em 13,50%.
Na sua última reunião, de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica para 12,25% ao ano e sinalizou mais duas elevações de 1 ponto porcentual cada, que levariam os juros a 14,25% em março.
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Considerando apenas as 38 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 continuou em 15,0%. A mediana para os juros no fim de 2026 se manteve em 12,0%. Um mês atrás, era de 11,0%. A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,0%, mesmo nível de quatro semanas antes.
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O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central reforçou o cenário de deterioração da inflação, já sinalizado na ata da última reunião do Copom, e firmou a percepção do mercado de que será preciso uma taxa de juros rodando acima de 13,75% – estimativa adotada como pico do juro básico no cenário de referência do RTI – para a convergência da inflação à meta de 3%.
Previsões do Focus para inflação
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela 12ª semana consecutiva, de 4,96% para 4,99% – acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, a projeção intermediária era de 4,59%. Considerando apenas as 57 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,09% para 4,99%.
A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
A mediana para o IPCA de 2024 caiu de 4,90% para 4,89%, também acima do teto da meta, de 4,50%. Quatro semanas atrás, estava em 4,84%. Levando em conta apenas as 58 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 4,90% para 4,85%. O IPCA de dezembro será divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira, 10.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,01% para 4,03%, pouco mais distante do centro do que do teto da meta. Um mês atrás, estava em 4,0%. A estimativa intermediária para a inflação de 2027 aumentou de 3,83% para 3,90%, contra 3,58% quatro semanas atrás.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária. O colegiado espera um IPCA de 4,0% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus (de 6 de dezembro) e dólar começando em R$ 5,95 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).
Também no cenário de referência do Boletim Focus, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,90% e desacelere a 4,50% em 2025.