O Bradesco BBI elevou a recomendação da Petrobras (PETR3;PETR4) de neutra para outperform (equivalente a compra) depois que o conselho de administração da estatal decidiu que a empresa tem condições de pagar 50% das reservas em dividendos extraordinários (US$ 4,3 bilhões). A visão mais positiva do BBI considera também um ambiente melhor do que o esperado, com apoio do preço do petróleo Brent.
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Agora o BBI considera que os eventos turbulentos, que começaram com a retenção de dividendos complementares em 8 de março, parecem ter resultado em três pontos positivos: o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está cada vez mais apoiando o trabalho do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparentemente ganhou algum terreno dentro da estatal ao conquistar um assento no conselho, o que deve tornar o pagamento de dividendos extraordinários mais provável (principalmente dada as perspectivas fiscais mais duras); e a Petrobras deve se tornar mais inclinada a acelerar recompras.
“Depois de um primeiro trimestre de 2024 barulhento (que levou ao rebaixamento da Petrobras, após a retenção de dividendos), vemos a poeira baixando, com os eventos se tornando cada vez mais positivos (pelo menos por enquanto) para a tese de investimento”, afirmam os analistas Vicente Falanga, e Gustavo Sadka, em relatório enviado a clientes.
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O conselho da Petrobras confirmou na sexta-feira, 19, que definiu um pagamento de 50% de dividendos extraordinários, conforme antecipado pelo Broadcast. Agora a sugestão segue para aprovação dos acionistas, que devem se reunir na próxima quinta-feira, 25.
Ambos os analistas veem agora o rendimento de dividendos da Petrobras em 2025 em 13%, acima da média global de 10%, considerando recompras. Em termos de valuation as ações estão sendo negociadas a um múltiplo de 2,8 vezes, desconto de 30% ante pares globais (e desconto de 10% em relação à petrolífera argentina YPF).
Dois pontos de atenção que podem voltar a deteriorar a tese da estatal, contudo, foram apontados pelos analistas. O primeiro é se Prates não for reeleito presidente da companhia na reunião de acionistas desta quinta-feira, 25. O segundo diz respeito à defasagem nos preços de combustíveis no Brasil, com desconto de -6% na gasolina versus a paridade de exportação.
Junto com a mudança de recomendação, o BBI elevou o preço-alvo para a ação preferencial (PETR4) de R$ 41 para R$ 46, potencial de valorização de 13,5% sobre o fechamento de sexta-feira (19). Para o American Depositary Receitp (ADR), o preço-alvo subiu de US$ 17 para US$ 19, o que equivale a uma potencial alta de 21,9% sobre o último fechamento.
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