O BTG Pactual (BPAC11) avalia que as siderúrgicas brasileiras estão passando por uma “tempestade perfeita” em meio à demanda fraca, aos preços de aço declinando e aos níveis de rentabilidade excepcionalmente baixos, que se inserem no aumento da competição sobretudo da China. Como consequência, o banco cita que a indústria está falando sobre demissões em massa e reivindicando tarifas mais altas para a importação de aço no país.
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“Em todos esses anos cobrindo o setor, não nos lembramos de um trimestre tão deprimente para a indústria siderúrgica brasileira”, dizem os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.
No setor, a única empresa que segue com recomendação de compra é Gerdau (GGBR4), mas o BTG pondera que a contínua redução de ganhos daqui para frente deve pressionar o preço das ações no curto prazo.
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O BTG menciona que a demanda doméstica por aço no terceiro trimestre deste ano caiu 14% no caso da Gerdau Brasil, em comparação com o mesmo período do ano passado. CSN (CSNA3) teve baixa anual de 13% e Usiminas (USIM5), de 1%. Ao mesmo tempo, as exportações chinesas devem bater 90 milhões de toneladas em 2023, duas vezes acima dos níveis dos anos anteriores, estimam.
“Já vemos várias economias adotando medidas protecionistas contra as importações de aço chinesas, e também gostaríamos de notar que as atuais tarifas de importação do Brasil de 10 a 12% estão bem abaixo das de várias economias-chave. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tarifa de importação é atualmente de 25%”, escreveram Correa e Greiner em relatório.