Depois da Hapvida (HAPV3) perder mais de R$ 3,5 bilhões em valor de mercado desde o surgimento, na manhã da última quinta-feira (18), das manchetes sobre o descumprimento de liminares, as ações estão sendo negociadas a 0,9 vezes o múltiplo Preço por Lucro esperado pelo Citi para 2025, enquanto ainda oferece um rendimento de 9% de fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE).
Leia também
Assim, o banco enxerga a equação risco-recompensa das ações da operadora de saúde como altamente inclinada para valorização.
A casa mantém recomendação de compra para a Hapvida, com preço-alvo de R$ 6,00, que representa 58,3% de potencial de alta em relação ao fechamento da última segunda-feira (22).
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Na opinião dos analistas Renan Prata e Leandro Bastos, a perda bilionária da Hapvida parece exagerada quando se considera: que a desvalorização corresponde a mais do que o dobro das possíveis perdas estimadas de R$ 1,6 bilhão associadas a ações judiciais cíveis (atualmente não provisionadas); a avaliação da deterioração generalizada dos níveis de satisfação do setor nos últimos anos; e “o compromisso reiterado da empresa de seguir as decisões judiciais de forma ordenada e cooperar com as investigações em andamento”, segundo o Citi.
Prata e Bastos ponderam, contudo, que a fraqueza do mercado da última segunda também pode ser parcialmente culpada por a empresa ter estendido a queda e chegado aos R$ 3,5 bilhões de perda em valor de mercado.
Em relação à pesquisa feita pelo banco com investidores, 47% das respostas expressaram preocupação com possíveis danos à reputação, que em alguns casos passados – incluindo as investigações da CPI da covid no final de 2021 – não se concretizaram.