(Eduardo Rodrigues, Estadão Conteúdo) – Dos 990 projetos de hidrogênio sustentável mapeados no mundo desde o ano 2000, apenas quatro estão no Brasil, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que lançará nesta semana o estudo “Hidrogênio Sustentável: Perspectivas e Potencial para a Indústria Brasileira”.
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A entidade destaca as oportunidades para consolidar duas tecnologias de produção de hidrogênio no setor industrial. De um lado, o “hidrogênio verde”, a partir de fontes de energia renováveis sem emissão de gases, como a geração eólica e solar. De outro, “hidrogênio azul”, a partir da exploração do gás natural com captura e armazenamento de carbono.
O documento, de 142 páginas, aponta que os setores industriais de refino e fertilizantes têm potencial de uso imediato do hidrogênio sustentável como estratégia de descarbonização. Além disso, os segmentos de siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento têm grande potencial para adoção do hidrogênio sustentável no curto e médio prazo – entre três e cinco anos.
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“Temos todas as condições para ser protagonista no processo de descarbonização da economia no mundo através de tecnologias limpas como o hidrogênio verde”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “A consolidação do Brasil como produtor de hidrogênio tem o potencial de gerar empregos, atrair novas tecnologias e investimentos e desenvolver modelos de negócios, bem como inserir o país numa posição relevante na cadeia global de valor, o que pode alterar positivamente a balança comercial do País”, acrescenta.
Para isso, a CNI cobra medidas estruturantes voltadas para o desenvolvimento do hidrogênio sustentável, como o fomento à produção de equipamentos para essa finalidade, incentivo ao financiamento para descarbonizar setores competitivos, a criação de uma infraestrutura de transporte e armazenamento do hidrogênio e a capacitação de pessoas para trabalhar nessa cadeia. A criação de um mercado de créditos de carbono seria um dos principais pilares dessa agenda.
“O foco é a construção de marcos regulatórios que tragam segurança aos investimentos, incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias, adoção das melhores práticas internacionais e promoção de estudos que dimensionem adequadamente o potencial do segmento”, completa Andrade.
O estudo da CNI será lançado no evento “Estratégias da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono”, nos dias 16 e 17 de agosto, no Palácio Tangará, em São Paulo (SP). A entidade também propõe a criação do Observatório da Indústria para o Hidrogênio Sustentável, que seria uma plataforma para divulgação de informações e análises sobre tecnologias, projetos e políticas públicas voltadas à indústria nacional.
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