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- A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) tomada em março de ajustar a Selic de 2% para 2,75% não foi bem avaliada por grande parte do setor de transportes no Brasil. Segundo a 6ª Pesquisa do Impacto da Covid no Transporte, produzida pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 56% das transportadoras entrevistadas discordaram do aumento, o primeiro desde julho de 2015
(Estadão Conteúdo) – A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) tomada em março de ajustar a Selic de 2% para 2,75% não foi bem avaliada por grande parte do setor de transportes no Brasil. Segundo a 6ª Pesquisa do Impacto da Covid no Transporte, produzida pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 56% das transportadoras entrevistadas discordaram do aumento, o primeiro desde julho de 2015.
Das empresas consultadas, 27,9% concordaram com a posição da autoridade monetária, e 16% não souberam ou preferiram não responder. O receio da maioria das transportadoras está relacionado com o custo do crédito, ferramenta a qual essas empresas ainda continuam com dificuldade de acesso. O temor é de que a Selic mais alta piore a situação. De acordo com a pesquisa, entre as transportadoras que solicitaram crédito, quase metade (46,4%) tiveram o acesso negado. “O que evidencia ainda não terem sido solucionados os problemas enfrentados pelo setor”, apontou a CNT.
No detalhamento do tipo de crédito negado, a entidade destaca que mais da metade dos entrevistados (55,6%) apontaram negativas na solicitação de crédito para capital de giro de suas empresas, e 16,2% para atender a questões salariais. A capacidade de pagamento comprometida desses negócios é a principal (34,2%) motivação para a não concessão do crédito.
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“O comprometimento da capacidade de pagamento e as restrições de crédito em nome da empresa foram os principais motivos das negativas de acesso ao crédito às transportadoras solicitantes. O aumento da taxa Selic pode dificultar ainda mais esse acesso”, apontou a CNT. Enquanto que 60,8% apontaram acreditar que o aumento da Selic pode levar a uma elevação no custo do crédito, por outro lado, 52,2% afirmaram que a política será benéfica para controlar a inflação.
A pesquisa da CNT apontou também que a persistência da crise também tem mexido com o quadro de funcionários das transportadoras. Mais de 40% dessas empresas não conseguiram evitar demissões em 2021 em virtude da pandemia. Entre as que demitiram, 57,3% o fizeram com até 9 empregados; 23,1%, entre 10 e 49 empregados; 4,3%, de 50 a 99 empregados; 6,4%, 100 ou mais empregados e 9% não souberam ou não responderam. Além disso, grande parte dos transportadores (57,3%) que precisaram demitir respondeu que a expectativa é de continuar com o desligamento de empregados nos próximos três meses.