O Comitê de Política Monetária (Copom) deve subir a Selic em 0,25 ponto porcentual na reunião desta quarta-feira (18), de acordo com os analistas do BTG Pactual em relatório enviado à imprensa na terça-feira (17).
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Segundo o estudo, o Banco Central deve elevar a Selic dos atuais 10,50% para 10,75% ao ano. O relatório também afirma que a alta deve vir acompanhada de um comunicado com um tom mais duro em razão das surpresas nos dados de atividade econômica.
“Outros fatores também devem trazer esse tom mais duro, como os efeitos na taxa de câmbio que, mesmo precificando ciclos de política monetária em sentidos opostos no Brasil e EUA, continua em terreno mais depreciado e impactando negativamente as expectativas de inflação”, diz Álvaro Frasson, que assina o relatório do BTG.
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De acordo com o especialista, as próprias falas do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, mostraram que o Copom deveria começar a subir juros nesta reunião. O integrante do BC disse que a projeção do IPCA para o primeiro trimestre de 2026 em 3,2% estava “acima da meta”.
Desse modo, o mercado estava correto com a precificação da curva de juros mais elevada, pois ele também via esse problema. Na época, a curva de juros precificava uma alta de 0,50 ponto porcentual para essa reunião.
Copom pode estar dividido sobre o tamanho da alta de juros?
Por outro lado, o Presidente do BC, Roberto Campos Neto, falou publicamente que se houver um ciclo de ajuste nos juros, ele será gradual. A fala foi uma divergência em relação ao que disse Galípolo. O que para o BTG sugeriu maior suavização para a decisão de setembro.
“O resultado foi uma comunicação difusa, que não contribuiu para retirar as altas probabilidades de 0,50 ponto porcentual a partir de novembro, nem para reduzir os prêmios ao longo da curva de juros. Por esse motivo, uma decisão unânime e, posteriormente, discursos uníssonos serão importantes para a boa condução da política monetária”, aponta o especialista do BTG.
De modo geral, o BTG diz esperar que a Selic entre em um novo ciclo de alta de juros e que encerre 2024 em 11,75%, mas eles comentam que caso as condições do câmbio melhorem com a queda do dólar, a pressão inflacionária será menor, o que tende a fazer com que o ciclo de alta da Selic pelo Copom seja menor.