O dólar operava perto da estabilidade às 12 horas desta terça-feira (18), cotado a R$ 5,41. O movimento da moeda americana em relação ao real estão limitadas pelos comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic intacta em 10,50% ao ano na reunião desta quarta-feira.
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Na entrevista que concedeu à Rádio CBN, o presidente Lula reiterou que a escolha do novo presidente do Banco Central em substituição a Roberto Campos Neto terá um perfil com foco no crescimento do País e “que não vai se submeter à pressões do mercado”.
Ao dizer que Campos Neto tem um viés político de atuação, citando o jantar em que foi homenageado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Lula disse que ele está com uma trajetória semelhante à de Sergio Moro, que deixou o governo Jair Bolsonaro (PL), onde ocupava a pasta da Justiça, para se lançar na seara política.
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Para Lula, o novo presidente do Banco Central tem que ser uma pessoa séria e dirigir a política monetária deste País levando em conta a necessidade de controlar a inflação e o crescimento.
Segundo o operador de câmbio Fernando César, da corretora AGK, os comentários do presidente estão “jogando pressão sobre o Copom”, e Lula “está batendo de frente com Campos Neto porque quer que os juros tenham um corte, diferentemente do que o mercado está apostando”. César ressalta que a última decisão do Copom foi dividida e dependeu do voto do presidente do Banco Central para o desempate, e que uma nova divisão na decisão do colegiado seria um “problema”.
No cenário internacional, o aumento menor que o esperado nas vendas do varejo dos Estados Unidos em maio – de 0,1%, ante previsão de 0,3% – reduziu a expectativa de alta nos juros do país e empurrou as taxas dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) para território negativo, com efeito semelhante sobre o dólar.
*Com informações do Broadcast