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Dólar hoje: após cinco semanas em alta, moeda tem reviravolta nesta segunda

Investidores mantêm postura cautelosa à espera de dados da inflação

Dólar hoje: após cinco semanas em alta, moeda tem reviravolta nesta segunda
Foto: Envato Elements

Após cinco semanas consecutivas de valorização acentuada, o dólar comercial passou por reviravolta na sessão desta segunda-feira (24) e fecha o pregão sendo negociado a R$ 5,39.

Analistas financeiros ouvidos pelo E-Investidor dizem que a desvalorização da moeda americana frente ao real deve-se à cautela dos investidores quanto ao anúncio dos dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos. “Além disso, a alta do petróleo e realização de lucros seguram a cotação mais pra baixo hoje”, diz o analista financeiro, Elson Gusmão, da Ourominas.

A notícia é importante para o mercado poder projetar o futuro da política monetária tanto doméstica quanto global. Esses indicadores econômicos influenciam diretamente as decisões dos bancos centrais, como o Banco Central do Brasil (BCB) e o Federal Reserve (Fed), impactando taxas de juros, investimentos e a dinâmica dos mercados financeiros.

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Por volta das 14h, o dólar comercial era negociado em baixa de 0,62%, a R$ 5,40, após ter atingido a mínima de R$ 5,37 e a máxima de R$ 5,43. O euro comercial também recuava 0,30%, sendo cotado a R$ 5,80. Enquanto isso, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, caía 0,25%, situando-se em 105,534 pontos.

Na sexta-feira (21), o dólar à vista exibiu uma leve desvalorização e fechou o pregão cotado a R$ 5,45, registrando uma queda de 0,11%. A redução veio um dia após o dólar chegar a valer R$ 5,46, o maior valor registrado durante o terceiro mandato do presidente Lula (PT) e o maior patamar desde julho de 2022, quando fechou em R$ 5,4977. “A desaceleração na atividade econômica fortalece a tese de que o Fed irá cortar juros em setembro, mantendo sua taxa de referência na faixa atual desde julho passado”, analisa o CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo.

Com dólar fraco, ouro volta a subir

O ouro encerrou o dia em alta, recuperando parte das perdas da última sexta-feira, influenciado pela desvalorização do dólar frente às moedas desenvolvidas. A queda do dólar geralmente torna o ouro mais atraente para investidores que procuram ativos de segurança. O contrato de ouro para entrega em agosto subiu 0,56%, fechando a US$ 2.344,40 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Os preços do ouro tendem a se consolidar no curto prazo, refletindo um movimento lateral que tem sido observado no último mês. Esse padrão deve continuar ao longo do verão americano, antes de uma nova alta no médio prazo, segundo Razan Hilal, do City Index.

O Bank of America (BofA) também é otimista em relação ao ouro, prevendo que os preços podem chegar perto de US$ 3.000 por onça-troy em um ano. O banco americano destaca que, apesar da demanda atual pelo metal estar reduzida, essa situação deve mudar após o Fed reduzir as taxas de juros.

Além disso, o BofA aposta que os bancos centrais continuarão aumentando suas compras de ouro globalmente, o que deverá impulsionar ainda mais os preços.”Mais recentemente, tem havido alguma preocupação com o domínio do dólar americano na economia global e com a saúde da moeda dos EUA. Isso deverá provocar mais compras de ouro pelos bancos centrais e poderá também atrair o interesse dos investidores privados”, diz o BofA.

Mercado eleva projeção para inflação e dólar em 2024 e 2025

Analistas consultados pelo Banco Central elevaram novamente as projeções para a inflação e o dólar na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 24, mantendo as expectativas para a política monetária.

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A pesquisa, que captura a percepção do mercado sobre indicadores econômicos, mostrou que as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiram para 3,98% em 2024 e 3,85% em 2025, em comparação com 3,96% e 3,80%, respectivamente, na semana anterior.

O centro da meta oficial de inflação para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

As projeções para o dólar em 2024 também aumentaram pela segunda semana consecutiva, passando de R$ 5,13 para R$ 5,15. Na semana passada, o dólar acumulou uma alta de 1,12%, totalizando um aumento de 12,15% no ano de 2024. Para 2025, a estimativa do dólar subiu de R$ 5,10 para R$ 5,15. “Dólar a R$ 5,15, conforme boletim Focus, traz um viés de acreditar que o governo fará algo em relação ao fiscal. Acredito que possa chegar nesse patamar caso aconteça algo em Brasília que seja favorável ao mercado”, diz o analista financeiro, Elson Gusmão, da Ourominas.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento para 2024 aumentou ligeiramente para 2,09%, um ajuste de 0,01 ponto percentual. A previsão de crescimento econômico para 2025 permaneceu inalterada, com uma expansão projetada de 2,0%.