(Reuters) – O dólar disparava nesta terça-feira, chegando a superar 5,20 reais e chegando a acumular alta no ano, à medida que operadores monitoravam o clima político tenso em Brasília em meio a um ambiente já conservador no exterior.

Às 12:40, o dólar avançava 1,81%, a 5,1805 reais na venda, depois de bater 5,2075 reais na máxima do dia (+2,34%).

Nesse patamar, a cotação acumulou ganho de 0,31% em 2021. Com o arrefecimento da alta diária, a moeda voltava a cair cerca de 0,2% no ano.

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Mais cedo, nos primeiros minutos de pregão, o dólar chegou a cair 0,25%, para 5,0757 reais.

O dólar spot tem agora alta de 5,6% contra o real desde que tocou uma mínima em mais de um ano para encerramento, de 4,9062 reais, em 24 de junho.

“O comportamento dos ativos financeiros no Brasil continua refletindo o cenário político, em especial, o desenrolar da CPI da pandemia”, explicaram em nota analistas da Genial Investimentos. “As denúncias de corrupção na compra de vacinas têm se constituído em um importante fator de incertezas.”

Com o governo envolto em suspeitas referentes a compras de vacinas, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na semana passada a abertura de inquérito para investigar suposto crime de prevaricação de Bolsonaro.

Paralelamente, Bolsonaro, que fez do combate à corrupção uma bandeira eleitoral, foi acusado recentemente de ter se envolvido em um esquema de “rachadinhas” quando era deputado federal.

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Com o governo sob pressão cada vez maior –manifestações a favor do impeachment de Bolsonaro ocuparam as ruas de várias cidades brasileiras no último fim de semana–, investidores começavam a voltar sua atenção para as eleições presidenciais de 2022, ressaltando que uma disputa polarizada entre candidatos vistos por agentes do mercado como populistas tenderia a elevar a cautela.

Uma pesquisa CNT/MDA, divulgada na segunda-feira, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vence Bolsonaro nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição do ano que vem, indicando também uma forte rejeição ao atual presidente.

No exterior, o dólar apresentava altas expressivas contra divisas emergentes pares do real.