As renovadas preocupações com a economia europeia, associadas a uma perspectiva de queda mais gradual dos juros nos EUA, levaram o euro ao menor nível desde 2022 ante o dólar nesta quinta-feira (2), fazendo com que o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, tocasse a máxima em dois anos nessa sessão.
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No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0266, acompanhado da libra, que recuava a US$ 1,2382, no menor patamar desde abril do ano passado. Já o dólar subia a 157,62 ienes. O índice DXY fechou em alta de 0,84%, aos 109,394 pontos, no maior nível desde o final de 2022. Na máxima do dia, o índice chegou a 109,533 pontos.
Uma sequência de dados de atividade industrial fracos na Europa divulgados nesta manhã alimentaram as dúvidas sobre a saúde da região. Na zona do euro, o PMI industrial se aprofundou no campo contracionista, ficando aquém das expectativas. Na França, o indicador caiu ao menor nível desde maio de 2020, enquanto na Alemanha, a atividade segue demonstrando perda de fôlego. O cenário não é diferente no Reino Unido, que teve o pior desempenho do setor em 11 meses.
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Em mensagem de ano novo, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou esperar que a inflação na zona do euro se acomode na meta de 2% em 2025. A previsão enfrenta o desafio de contornar os preços de energia, com o salto no gás natural após o fim de um contrato entre Rússia e Ucrânia interromper o transito do gás russo a clientes europeus no primeiro dia do ano. Com o cenário geopolítico dificultando o trabalho dos banqueiros centrais, investidores se mostram ainda mais sensíveis aos diferenciais de juros, às vésperas da chegada de Donald Trump à Casa Branca. Nos EUA, as sinalizações do Federal Reserve são de um afrouxamento mais gradual da política monetária ao longo de 2025.
“Esperamos que o domínio do dólar continue em 2025 devido às divergências de política econômica e monetária em andamento. Simplificando, o forte histórico de fundamentos dos EUA continua favorecendo os rendimentos dos Treasuries e o dólar”, diz o BBH a clientes.