O risco de conflitos geopolíticos aparece como a principal preocupação, tanto no curto quanto no médio prazo, dos escritórios que gerenciam a fortuna de famílias ricas, os chamados family offices. Riscos relacionados às mudanças climáticas e a possibilidade de uma crise de dívida, dado o endividamento público possivelmente insustentável nos países do Ocidente, também estão entre as principais preocupações de quem toma conta do patrimônio de famílias endinheiradas.
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O retrato é trazido por uma ampla pesquisa global feita pelo banco suíço UBS entre 18 de janeiro e 22 de março com 320 family offices em mais de 30 mercados. Esses escritórios gerenciam um patrimônio total de US$ 608 bilhões.
Quando questionados sobre os principais riscos a serem monitorados nos próximos 12 meses, mais da metade dos representantes de family offices (58%) relatou preocupação com a possibilidade de um grande conflito geopolítico. Na sequência, entre as preocupações de curto prazo, estão a perspectiva de juros e inflação mais altos, apontada, respectivamente, por 37% e 39%.
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Já para os próximos cinco anos, são apresentadas, no topo da lista, preocupações com o risco geopolítico, apontado por 62% dos participantes do levantamento, mudanças climáticas (49%) e a possibilidade de uma crise de dívida (48%).
A pesquisa do UBS mostra que os portfólios voltaram a ter maior equilíbrio entre investimentos em ações e títulos, num reflexo as taxas elevadas nos papéis de renda fixa. Na distribuição regional dos investimentos, os family offices mantiveram, na média, a maior parte das alocações na América do Norte, metade do total (50%), ao passo que mais de um quarto (27%) está na Europa Ocidental. Outros 17% foram para as regiões Ásia-Pacífico e Grande China (China continental com Hong Kong e Taiwan).
Olhando para frente, a América do Norte e a Ásia-Pacífico, excluindo a Grande China, são apontadas como os principais destinos das novas alocações, com mais de um terço buscando aumentar investimentos em cada uma dessas regiões nos próximos cinco anos.
Na América Latina, os family offices têm a maior parte do patrimônio alocada em renda fixa, com o objetivo de preservar o capital, diversificar riscos e aproveitar as taxas elevadas da categoria. Nos próximos 12 meses, a principal preocupação na região é a inflação, citada por 60%. Já quando o horizonte são os próximos cinco anos, as mudanças climáticas, assim como os impactos das disrupções tecnológicas sobre negócios e investimentos, são o principal motivo de preocupação de quase metade (48%) dos escritórios.