O Dow Jones recuou 0,95%, fechando 40.829,00 pontos. O S&P 500 teve queda de 0,77%, aos 5.606,91 pontos, e o Nasdaq recuou 0,87%, aos 17.689,66 pontos. Os dados são preliminares.
O Federal Reserve iniciou nesta terça-feira sua reunião de dois dias, com a decisão sobre a política monetária marcada para quarta-feira. A expectativa é de manutenção dos juros, mas os investidores estarão atentos à fala de Jerome Powell, especialmente sobre os impactos das tarifas sobre a inflação.
No mercado corporativo, as ações da Moderna despencaram 12,2% e arrastaram o setor de biotecnologia, após a indicação de Vinay Prasad para a FDA. Pfizer (-4,2%), Eli Lilly (-5,6%) e GSK (-3,5%) também recuaram.
As ações da Palantir (-12%), DoorDash (-7,44%) e Vertex Pharmaceuticals(-10%) registraram fortes quedas, após resultados trimestrais fracos ou em linha com as expectativas. Por outro lado, as ações de Upwork (+18%), Neurocrine Biosciences (8,4%) e Hims & Hers Health (+18%) dispararam após superarem as estimativas de lucro e receita no primeiro trimestre.
Nos Estados Unidos, o déficit comercial disparou 14% em março, atingindo o recorde de US$ 140,5 bilhões, com importações crescendo mais do que exportações, às vésperas das tarifas de Donald Trump. Esse movimento pressionou o PIB, que caiu 0,3% no primeiro trimestre, segundo o economista-chefe do Santander, Stephen Stanley. Ainda assim, ele projeta reversão na balança comercial e uma alta de 4% no PIB anualizado no segundo trimestre.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que novos acordos comerciais podem ser anunciados ainda nesta semana. Ele disse estar negociando com 17 países e criticou a falta de diálogo da China. Enquanto isso, o Reino Unido e os EUA estão próximos de um acordo para reduzir tarifas sobre carros e aço. Mais cedo, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, disse que teve uma “conversa com construtiva com Trump”.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos recuaram nesta terça-feira, enquanto investidores buscavam a segurança da dívida do governo americano. O Federal Reserve (Fed) deve manter as taxas de juros inalteradas na quarta-feira, enquanto os mercados e os formuladores de política aguardam mais clareza sobre como as tarifas do presidente Donald Trump afetarão os preços e o crescimento da economia americana.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,790%. O rendimento da T-note de 10 anos caía para 4,305%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,805%.
Os juros dos Treasuries aceleraram o movimento de queda no início da sessão, após divulgação de dados piores que o previsto da balança comercial dos EUA. O déficit comercial de março se ampliou, com as importações subindo antes da entrada em vigor das tarifas de Trump.
Em meio a incertezas sobre o impacto das tarifas americanas sobre a inflação e economia do país, os investidores seguem precificando a manutenção da taxa de juros pelo Fed nesta semana, com a possível sinalização de cortes a partir de julho. Na avaliação de bancos e consultorias consultados pelo Broadcast, o banco central americano deve “ignorar” os apelos por cortes feitos por Trump e se concentrar na leitura de dados econômicos recentes.
De acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group, as chances de o Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) segurar os juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano estão bem próximas de 100% (95,5%). As chances de nova manutenção dos juros pelo Fed em junho aumentaram para 68%, ante 35% na semana passada.
Na tarde de terça-feira, um leilão de US$ 42 bilhões em notas de 10 anos pelo Departamento do Tesouro dos EUA mostrou sinais de demanda forte, tanto de investidores domésticos quanto estrangeiros, sugerindo que é hora de deixar de lado a preocupação de que os compradores estão abandonando o mercado da dívida pública americana.
Moedas globais: dólar recua
O dólar perdeu força em relação às principais moedas do mundo nesta terça-feira, frente à falta de progresso nas negociações dos Estados Unidos com seus parceiros comerciais, especialmente com a China. Além disso, a proximidade da decisão de juros do Federal Reserve (Fed) mantém a cautela em relação à moeda americana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuou 0,59%, para 99,238 pontos. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar caía para 142,42 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1382 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3386.
Para os analistas do Monex Europe, a moeda americana pode voltar a subir se o Fed reduzir as expectativas do mercado por cortes de juros na reunião de quarta-feira. O mercado está precificando a possibilidade de um corte em junho, mas dados recentes dos EUA sugerem que é improvável que haja flexibilização da política monetária antes do quarto trimestre, afirmam.
A inflação no país continua elevada, e tarifas de importação adicionais estão prestes a aumentar ainda mais as pressões sobre os preços. Enquanto isso, o mercado de trabalho continua sólido, contrariando as expectativas de desaceleração.
O cenário deixa pouco espaço para que o Fed faça “qualquer coisa além de rejeitar as expectativas de flexibilização monetária do mercado, destacando a resiliência das condições econômicas subjacentes”, afirmam os analistas do Monex Europe.
No início do dia, o dólar perdeu força com a divulgação de dados piores que o previsto da balança comercial dos EUA – uma consequência de compras antecipadas pela guerra tarifária deflagrada pelo presidente Donald Trump.
O euro subiu contra o dólar nesta terça-feira, após o líder do CDU, Friedrich Merz, conseguir ser eleito como chanceler na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão.
Já a libra desacelerou alta com relatos de que EUA e Reino Unido estão próximos de fechar um acordo comercial. Segundo o Financial Times, os termos suavizam as tarifas impostas por Trump ao reduzir as alíquotas sobre exportações britânicas de aço e automóveis.
*Com informações da Dow Jones Newswires