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Ibovespa hoje opera em alta em semana de decisão de juros; veja três assuntos no radar dos investidores

A cautela no exterior pode limitar o índice hoje, mas commodities e fiscal são contraponto. Veja

Ibovespa hoje opera em alta em semana de decisão de juros; veja três assuntos no radar dos investidores
O Ibovespa é o principal índice da B3 (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,83%, aos 129.182 pontos nesta segunda-feira (4). O índice ampliou os ganhos e, às 11h, avança 1,11%, aos 129.540 pontos. A semana promete ser agitada com as decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Nesta manhã, o boletim Focus atualizou suas apostas para a economia.

As bolsas internacionais mostram fôlego curto, o que tende a limitar o desempenho do principal índice da B3 hoje. No entanto, a expectativa de que o governo anuncie um plano de corte de gastos nos próximos dias e a valorização das commodities devem induzir uma recuperação do Índice Bovespa.

Além das decisões de juros, a agenda da semana conta com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e uma série de balanços de peso, como Itaú (ITUB4) e Petrobras (PETR3PETR4). Confira a agenda completa nesta matéria.

O que movimenta o Ibovespa hoje

Bolsas internacionais

As bolsas internacionais hoje buscam fôlego, mas o avanço é moderado em meio à expectativa com as eleições presidenciais nos EUA na próxima terça-feira (5). As chances de a vice-presidente Kamala Harris vencer o pleito cresceram em casas de apostas.

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Uma série de pesquisas divulgadas nesse fim de semana indicam uma tímida recuperação de Harris na disputa com o ex-presidente republicano Donald Trump.

Na zona do euro, o índice de gerentes de compras industrial subiu de 45 em setembro para 46 em outubro, atingindo o maior nível em cinco meses, ligeiramente acima das estimativas (45,9), mas abaixo de 50, o que ainda indica contração da atividade.

Nesta manhã, as bolsas europeias operam em alta modesta, mostrando cautela antes da eleição nos EUA.

Boletim Focus e juros

Investidores estarão atentos esta semana ao comunicado do Copom, que deve elevar a Selic em 50 pontos-base, para 11,25%, na quarta-feira (6).

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela quinta semana consecutiva, consolidando a avaliação do mercado de que o Copom aumentará os juros.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, a previsão subiu pela quinta semana seguida, de 4,55% para 4,59%, mantendo-se acima do teto da meta de inflação, de 4,50%. Um mês antes, ela estava em 4,38%. Confira as apostas do mercado nesta matéria.

Balanços

A temporada de balanços continua e, nos mercados locais, terá os números de Itaú (ITUB4), BB Seguridade (BBSE3) e TIM (TIMS3) após o fechamento dos mercados. O resultado trimestral do Itaú, inclusive, deve ser o melhor entre os bancos segundo análises – confira detalhes aqui.

A Klabin (KLBN11) divulgou seus números nesta manhã, reportando um lucro de R$ 729 milhões no terceiro trimestre, alta de 197% ante o mesmo período do ano passado. Confira detalhes aqui.

  • Acompanhe o calendário de balanços do terceiro trimestre nesta matéria

Commodities

petróleo avança acima de 2,60% nesta manhã. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) irá adiar planos de aumentar sua oferta em um mês. Enquanto isso, o minério de ferro fechou em alta de 0,91% em Dalian, na China.

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Refletindo o movimento de suas commodities, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,75% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília), enquanto os da Petrobras avançavam 1,22%.

Mercado brasileiro

A expectativa de que cortes de gastos sejam anunciados nos próximos dias deve alimentar o apetite por ativos locais hoje.

A percepção de que o governo anuncie esta semana um pacote de redução de despesas vem na esteira do cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, que ocorreria nos próximos dias. No domingo (3), em nota, Haddad informou o cancelamento, dizendo que foi feito a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Haddad se reúne nesta manhã com Lula.

A viagem foi cancelada em meio ao estresse com os investidores decepcionados com a demora no anúncio de corte de gastos. Os mercados ficaram “absolutamente estressados” nos últimos dias, avalia o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. “Os mercados estão tensos com a questão fiscal combinada com o global um pouco pior, e isso tem levado o câmbio para quase 5,90.”

“Não sei o motivo do cancelamento, mas consigo avaliar o resultado. É um sinal positivo. O mercado ficou absolutamente estressado com a notícia da viagem, pois isso de alguma forma simboliza uma falta de urgência na decisão de controle de gastos”, diz o economista do BV.

Além disso, o dólar mais fraco frente a moedas emergentes e o recuo dos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) reforçam um movimento favorável ao fechamento da curva de juros e à valorização do real no Ibovespa hoje.

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*Com informações do Broadcast