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Ibovespa hoje amarga queda em dia de petróleo nas alturas; apenas 6 ações sobem

O avanço da tensão geopolítica e preocupação com fiscal no Brasil derrubam o índice hoje. Saiba mais

Ibovespa hoje amarga queda em dia de petróleo nas alturas; apenas 6 ações sobem
Ibovespa, o principal índice da B3. (Foto: Adobe Stock)

Ibovespa hoje sustenta queda registrada na abertura dos negócios desta quinta-feira (2). Às 13h06, o índice cai 1,54%, aos 131.460 pontos.

Após operar com quase todas as ações da carteira teórica no positivo na véspera, o principal índice da B3 hoje inverte o movimento e apresenta o quadro quase todo no vermelho. Por volta das 13 horas, apenas seis ações subiam, sendo, em geral, as petroleiras – saiba mais aqui.

O crescimento das preocupações com a crise no Oriente Médio e com o fiscal no Brasil derruba o indicador da Bolsa hoje, em dia de agenda esvaziada de indicadores. Os investidores no Brasil mantêm-se cautelosos em meio à recente escalada do conflito, após o Irã lançar um ataque de mísseis contra Israel, esta semana. O governo israelense prometeu retaliar.

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Nesta manhã, saíram relatos de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discutiu com representantes israelenses a possibilidade de Israel bombardear instalações petrolíferas do Irã. Após isso, o petróleo foi às alturas, avançando em torno de 4,00%.

“Todo mundo segue de olho nessa questão, e também atentos à iminência de ataques de Israel, que prometeu retaliar. E se houver algum ataque em bases nucleares e instalações de petrolíferas, eleva o preço da commodity. Consequentemente, se houver uma escalada, é problema para a inflação mundial”, avalia Pedro Caldeira, sócio e assessor da One Investimentos.

Outros assuntos que afetam o Ibovespa hoje

Nota de Crédito do Brasil

O recuo do Índice Bovespa hoje ocorre após, na quarta-feira (2), quase ter retomado a marca dos 135 mil pontos na esteira da elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s. Fechou com alta de 0,77%, aos 133.514,94 pontos – veja.

Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, os ativos brasileiros tiveram um “respiro” na véspera após a agência de classificação de risco elevar a nota de crédito do Brasil na terça-feira (1º) à noite. “Só que não era segredo para ninguém que esse efeito seria passageiro”, avalia.

A despeito de a decisão ser vista como positiva, o impacto foi pontual, reforça. “Estruturalmente não significou nada”, diz Abdelmalack. A economista pontua que pode ser que exista um exagero na projeção do mercado de 13% para a Selic no final do ciclo. “Mas isso só o governo poderá mostrar. Se tiver uma comunicação clara e esforço fiscal, pode ser que consiga corrigir esse pessimismo”, completa a economista-chefe da Veedha.

Mercado brasileiro

Além de monitorar o exterior, o investidor acompanhará o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que participará de dois eventos nesta quinta-feira.

Na véspera, Campos Neto disse que o Brasil precisa de algum choque fiscal se quiser conviver com juros baixos. Segundo ele, as expectativas de inflação estão desancoradas e é importante fazer com que a taxa real neutra de juros do Brasil caia.

As contas públicas continuam em deterioração. Como antecipou o Broadcast e informou nesta manhã o Tesouro Nacional, o governo central teve déficit de R$ 22,4 bilhões em agosto.

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“A cautela externa deve continuar repercutindo por aqui, algo que limitou a reação positiva ao upgrade concedido pela Moody’s”, pontua o economista sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, em relatório. “O tema das contas públicas segue no radar”, acrescenta o sócio da Tendências sobre o movimento no Ibovespa hoje.