Os investidores ainda acompanharam o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, que participou da primeira sessão na Câmara dos Representantes nos Estados Unidos. Powell caracterizou os níveis atuais dos juros nos EUA como “modestamente restritivos”, enquanto citou que a fraqueza do mercado de trabalho pode levar a uma redução da taxa de juros. Os principais indicadores do mercado americano fecharam em alta, com o Nasdaq subindo 1,43%, Dow Jones com alta de 1,19% e o S&P 500 crescendo 1,11%.
O cessar-fogo entre Israel e Irã também derrubou o índice do medo (VIX). Pela manhã, os dois lados trocaram acusações de violações da trégua, mas em seguida já prometeram cumprir o acordo. O VIX fechou em queda de 11.65%, a 17.52 pontos.
Ata do Copom pode ditar o ritmo do Ibovespa hoje
Além do cenário internacional, o mercado brasileiro acompanhou a ata do Copom. Segundo o documento, o BC diz que já é possível observar “certa moderação” no ritmo de crescimento da atividade doméstica. Embora ainda haja sinais divergentes sobre a desaceleração, setores mais cíclicos arrefeceram no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, destacou o colegiado.
“Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de transmissão da política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres”, diz o oitavo parágrafo da ata. “O comitê reforça que o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta.”
O comitê destacou que, no PIB do primeiro trimestre, setores menos sensíveis ao ciclo da economia – como a agropecuária – tiveram crescimento forte, em linha com o esperado. Em compensação, os outros segmentos deram sinais de moderação, apesar de ainda haver um “certo dinamismo” em diversos segmentos específicos.
A resiliência do consumo das famílias pode ser atribuída ao dinamismo do mercado de trabalho, que mantém um ritmo elevado para o crescimento da renda, e ao mercado de crédito, que está em processo de inflexão, mas segue dinâmico.
“Para os dados mais recentes de atividade econômica, o processo de moderação de crescimento segue ocorrendo, embora de forma bastante gradual. Os indicadores mais recentes de comércio, serviços e indústria sugerem um crescimento mais moderado, e os indicadores de confiança se mantêm em níveis mais baixos, apesar de alguma reversão recente”, diz o BC.
Copom cobra melhora na política fiscal
O Comitê também voltou a debater os impactos da política fiscal para a condução pelo colegiado da política monetária, segundo ata divulgada hoje da reunião da semana passada que aumentou a Selic de 14,75% para 15,00% ao ano. “Em particular, o debate do comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, escreveram os dirigentes do BC.
O colegiado ressaltou no parágrafo 11 que a política fiscal tem um impacto de curto prazo, majoritariamente por meio de estímulo à demanda agregada, e um impacto de médio prazo, que incorpora os efeitos do prêmio a termo da curva de juros. “Uma política fiscal que atue de forma contracíclica e contribua para a redução do prêmio de risco favorece a convergência da inflação à meta”, concluiu.
Dólar sobe, enquanto petróleo tomba
O dólar hoje à vista ganhou força, na contramão do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior, em dia de apetite a risco com o cessar-fogo entre Irã e Israel. O dólar à vista encerrou em alta de 0,29%, a R$ 5,5189.
Os contratos futuros de petróleo tombaram novamente nesta terça-feira (24), caindo mais de 6%, com o Brent perdendo o nível dos US$ 70, e voltando a níveis anteriores ao da escalada do conflito entre Israel e Irã. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para agosto fechou em queda de 6,04% (US$ 4,14), a US$ 64,37 o barril. O Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 6,17% (US$ 4,35), a 66,17 o barril.
Bolsas europeias e asiáticas fecham em alta
No mercado financeiro internacional, as bolsas da Europa fecharam em alta hoje, a maioria acima de 1%, em sessão que contou com apetite por risco por conta do cessar-fogo anunciado entre Israel e Irã. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 1,11%, a 540,98 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,01%, a 8.758,99 pontos. Em Frankfurt, o DAX avançou 1,60%, a 23.641,58 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 1,04%, a 7.615,99 pontos.
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira após o presidente Trump anunciar a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e Irã. O índice Kospi liderou os ganhos com alta de 2,96% na Coreia do Sul, seguido pelo Hang Seng em Hong Kong (+2,06%), Nikkei no Japão (+1,14%) e Taiex em Taiwan (+2,10%). Na China, o Xangai Composto subiu 1,15% e o Shenzhen Composto, 1,79%. Na Oceania, a bolsa australiana também avançou 0,95%, interrompendo uma sequência de perdas.
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