

Após abrir em estabilidade, o Ibovespa hoje ampliou ritmo de alta e atingiu 132 mil pontos nesta Super Quarta (19). Às 14h, o índice subia 0,79%, aos 132.059 pontos. As atenções do mercado estão nas decisões sobre juros do Brasil e dos Estados Unidos – veja aqui os principais assuntos do dia.
Mesmo assim, o principal índice da B3 hoje ainda pode sofrer em sintonia principalmente com os índices futuros de ações em Nova York e a fraqueza das commodities hoje. Esse movimento pode instigar uma realização de lucros no Índice Bovespa hoje, que vem de uma série de cinco altas seguidas após alcançar o maior fechamento desde outubro, aos 131.474,73 pontos.
Investidores se concentram nos comunicados do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom). Nos EUA, o foco também recai sobre o gráfico de projeções do Fed e na entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell, com investidores em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária.
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Para a LCA 4intelligence, a divulgação do Sumário de Projeções Econômicas do Fed será particularmente importante nesta reunião, pois indicará a possível direção dos juros no futuro. Segundo a consultoria, o documento poderá esclarecer quais fatores os diretores da autoridade monetária americana já incorporaram em suas projeções, incluindo a desaceleração econômica e os impactos inflacionários das medidas protecionistas de Donald Trump.
Em relação à decisão da Selic, a LCA destaca que, apesar de alguns desdobramentos favoráveis, como o recuo do dólar e sinais de arrefecimento da atividade econômica brasileira, os índices de preços ainda seguem preocupantes. Por isso, a consultoria reitera sua avaliação de que o Copom continuará elevando a Selic até que a taxa atinja 15% ao ano, em junho, mantendo esse patamar até o final do ano.
Quanto aos leilões de linha do BC previstos para hoje, eles podem amenizar a influência da alta externa do dólar hoje na precificação do real. Entretanto, na abertura do mercado de câmbio desta quarta-feira, o dólar abriu em alta de 0,37%, a R$ 5,6931. Ja às 12h30 (de Brasília), a moeda cedia 0,09%, a R$ 5,6615.
- Confira aqui a agenda econômica das empresas nesta quarta-feira
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta quarta-feira
O que esperar do juros no Fed?
A expectativa é de que os juros do Fed permaneçam estáveis em 4,25% a 4,50% ao ano e as atenções ficarão sobre o gráfico de pontos e Powell, que tende a aguardar mais dados para tomar decisões diante das incertezas sobre o impacto das tarifas do governo de Donald Trump, bem como em relação ao cenário de inflação e crescimento dos Estados Unidos.
A ferramenta de monitoramento do CME Group indica chances majoritárias de apenas duas reduções nas taxas neste ano, com a primeira mais provável em junho.
Bolsas internacionais aguardam decisão do Fed
As bolsas europeias têm sinais difusos e o fôlego é curto no mercado futuro das bolsas de Nova York e entre os Treasuries (títulos da dívida estadunidense), enquanto o dólar hoje avança por cautela antes da decisão do Fed.
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O Banco do Japão manteve os juros em 0,50%, como o esperado, e há expectativas pelo BC chinês. Na Turquia, a lira atingiu mínima recorde e ações tombam após a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, rival do presidente Recep Tayyip Erdogan, por suspeita de liderar uma organização criminosa.
BC oferta até US$ 2 bilhões em leilão
O Banco Central (BC) vendeu toda a oferta de US$ 2 bilhões em dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra (leilão de linha) realizados simultaneamente nesta quarta-feira (19), das 10h30 às 10h35. As operações tinham o objetivo de rolar o vencimento de 2 de abril. Leia mais aqui.
Decisão do Copom: o que esperar para a Selic?
Nesta quarta-feira, a decisão do Copom deve entregar a prometida terceira alta consecutiva de 1 ponto porcentual da taxa Selic, de 13,25% para 14,25% ao ano. Economistas dizem que a autarquia precisará de mais dados para ensaiar o fim do ciclo de aperto, mas deve reduzir o ritmo das elevações. O Copom anuncia decisão após as 18h30.
Commodities: petróleo e minério recuam
O petróleo reduz perdas após notícia de que a Rússia lançou uma série de ataques com drones contra a Ucrânia, um dia depois de aceitar um acordo de cessar-fogo limitado. No início desta manhã, o barril do petróleo WTI e do Brent mostravam estabilidade.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 2,12%, cotado a 760 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 105,12 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,20% no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h52 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam levemente 0,07% no mesmo horário.
Expectativas para o Ibovespa hoje
A Ibovespa hoje pode cair, bem como as ações de Vale e Petrobras podem ficar pressionadas pelas perdas das commodities, em meio a repercussões de balanços do quarto trimestre.
Os juros futuros podem ter oscilações mais contidas, como os Treasuries, dadas as expectativas pelo desfecho dos encontros do Fed e do Copom.
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No câmbio, os leilões de linha de até US$ 2 bilhões nesta quarta podem amenizar a influência da alta externa do dólar na precificação do real, à medida que uma outra operação semelhante já está marcada para quinta-feira, dando previsibilidade aos negócios no Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, do Broadcast