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Ibovespa hoje perde fôlego e cai pressionado pelo avanço do dólar

O alívio nos dados de inflação e a alta expressiva do minério são insuficientes para animar o índice hoje

Ibovespa hoje perde fôlego e cai pressionado pelo avanço do dólar
Painel do Ibovespa. (Fonte: Adobe Stock)

A valorização de cerca de 4% do minério de ferro nesta quarta-feira (25) em Dalian, na China, e o alívio na taxa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) são insuficientes para animar o Ibovespa hoje.

Após subir 0,63%, com máxima aos 132.981,78 pontos, o Índice Bovespa hoje passou a ceder – chegou a cair 0,15% na mínima às 131.953,27 pontos. Às 13h05, o índice cai 0,29%, aos 131.776 pontos.

O movimento acompanha a aceleração da alta do dólar ante o real e a redução das quedas dos juros futuros. A moeda americana sobe 0,76%, a R$ 5,49. Na terça-feira (24), o principal índice da B3 fechou em alta de 1,22%, aos 132.155,76 pontos – veja aqui.

O que movimenta o Ibovespa hoje

Dados de inflação

Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que IPCA-15 apresentou alta de 0,13% em setembro, ante 0,19% em agosto. O resultado do mês veio abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,18%.

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“O IPCA-15 mostrou um número bom, mas as preocupações fiscais continuam pesado. Não há uma atualização em relação a essas questões”, diz Pedro Caldeira, sócio e assessor da One Investimentos. Ao mesmo tempo, avalia que a desaceleração do IPCA-15 pode ser pontual. “O hiato do produto ainda está positivo e pode exercer pressão inflacionária à frente”, completa Caldeira.

Juros

Apesar do alívio no IPCA-15, o Comitê de Política Monetária (Copom) pode elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual em novembro após aumentar a taxa de 10,50% para 10,75% ao ano na semana passada. Na terça-feira (24), a ata do Copom reforçou a expectativa de avanço do juro básico mas, para muitos analistas, não indicou qual será o ritmo.

Na visão de Alexandre Maluf, economista da XP Investimentos, o resultado do IPCA-15 é uma boa notícia, mas não deve mudar as expectativas em relação à política monetária – os fundamentos ainda não sugerem que esse ponto “benigno” de inflação nesta leitura seguirá nesse patamar. “Continuamos projetando um Banco Central (BC) cauteloso, à espera dos próximos dados. O ambiente requer cautela a despeito do IPCA-15 benigno hoje”, avalia.

Para Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia e análise setorial da Tendências Consultoria, ainda que o tom da ata não tenha apontado uma qual será a velocidade da alta do juro básico em novembro, estima que a dose será de 0,50 ponto. “Ainda que não haja um sinal claro aponta para a necessidade de aumento de ritmo já na próxima reunião”, diz.

Fiscal

Foi informado que o Brasil teve déficit de US$ 6,589 bilhões na conta corrente em agosto, o maior para o mês desde 2014, quando ficou em US$ 6,717 bilhões, informou o Banco Central. O rombo superou a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava déficit de US$ 5,20 bilhões.

Mercados internacionais

Na China, o Banco do Povo (PBoC) decidiu cortar a taxa de empréstimo de médio prazo de 1 ano de 2,3% para 2% um dia após ter anunciado um grande pacote de estímulos à economia, mas o impacto é limitado nos mercados.

O minério de ferro fechou com alta de 4,19% por lá. Já o petróleo recua acima de 1,00% em Londres e nos EUA, diante de preocupações com a demanda mundial.

Destaques corporativos

Os ativos da Vale (VALE3) avançam em linha com a valorização do minério e a proposta próxima de R$ 20 bilhões para quitar a renovação das outorgas das estradas de ferro Carajás e Vitória-Minas – saiba mais aqui. A mineradora sobe 1,21%, negociada a R$ 61,47 no horário acima.

Na contramão do petróleo, a Petrobras sobe 1,43% (PETR3) e 1,58% (PETR4), nos valores de R$ 41,08 e R$ 37,36 respectivamente. A petroleira teve sua recomendação de compra elevada pela JPMorgan, além de divulgar esta manhã o avanço de 4,6% na produção total de petróleo e gás natural em agosto.

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Ainda no cenário corporativo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) começou a julgar, nesta quarta-feira, o processo sobre a venda de ativos da Marfrig (MRFG3) para a Minerva (BEEF3). A operação havia sido anunciada em meados de agosto do ano passado, envolvendo 16 ativos pelo valor de R$ 7,5 bilhões – saiba mais aqui. A Marfrig sobe 0,14%, cotada a R$ 13,92, e Minerva opera em estabilidade.

Ainda fica no radar do Ibovespa hoje, a Sabesp (SBSP3), que anunciou, nesta quarta-feira, que o seu Conselho de Administração elegeu Carlos Augusto Leone Piani como o novo Diretor Presidente, substituindo Andre Salcedo – veja detalhes aqui. A companhia cai 0,76%, no valor de R$ 92,01.

* Com informações do Broadcast