O apetite por risco no exterior após o corte do juro básico pelo banco central dos Estados Unidos é insuficiente para impulsionar o Ibovespa hoje. O indicador chegou a subir 0,76%, na máxima, aos 134.758,76 pontos. Às 12h32 (de Brasília), o índice tem leve queda de 0,02%, aos 133.720 pontos.
Leia também
A tendência é que o Índice Bovespa hoje acompanhe o rali global, estima Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital. Na quarta-feira (18), encerrou em baixa de 0,90%, aos 133.747,69 pontos.
O movimento do principal indicador da B3 hoje é contido no avanço dos juros futuros, após o aumento da taxa Selic também na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), de 10,50% para 10,75% ao ano, em decisão unânime e dentro do esperado.
O tom do comunicado foi considerado duro por especialistas já que o Banco Central (BC) reconheceu o hiato positivo, isto é, que a economia cresce acima de seu potencial, e que há uma “assimetria altista” no balanço de riscos. Ou seja, mais aumentos da Selic são esperados, com a taxa podendo ir a 12% no fim deste ano para alguns.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Muito difícil a Selic não ser mais elevada, deve continuar avançando a não ser que haja uma melhora muito grande no câmbio, na inflação“, pontua Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital. “Mas o corte pelo Fed acaba ajudando índice hoje, corrobora para uma tranquilidade dos mercados. No entanto, não tem como olhar só para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano)“, completa o head de alocação da W1 Capital.
O balanço entre a queda do juro nos EUA e alta da Selic pode resultar em valorização do real. “A apreciação da moeda deve se acentuar até o final do ano levando o par para R$ 5,30/5,20. O catalisador disso é justamente o fluxo de capital externo que será realocado dos EUA para os mercados emergentes”, avalia Marcelo Vieira, head da mesa de renda variável da Ville Capital.
Conforme o profissional da Ville Capital, o único fator que pode atrapalhar um pouco a “festa” é a questão fiscal que vem mostrando desdobramentos preocupantes ante práticas “obscuras” por parte do governo.
Além de continuadas dúvidas fiscais, a fraqueza do Ibovespa hoje pode refletir um movimento técnico, após dois meses seguidos de ingresso de capital estrangeiro na B3 (julho e agosto), pontua Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital. “Sugere ser um movimento mais técnico, pois não vimos nada de novo. Continuam as mesmas preocupações de sempre com fiscal”, diz.
Publicidade