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Novo recorde vem aí? Ibovespa pode chegar a 157 mil pontos, diz BB

Cenário externo mais benéfico deve trazer ganhos para o índice nos próximos meses, avalia a casa

Novo recorde vem aí? Ibovespa pode chegar a 157 mil pontos, diz BB
O Ibovespa é o principal índice da B3 (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

O BB Investimentos aproveitou o fim do terceiro trimestre do ano para apresentar o seu preço-alvo para o Ibovespa ao final de 2025. Na visão da casa, o principal índice da B3 pode alcançar a marca de 157 mil pontos no fim do próximo ano, o que representa um potencial de alta de 19% em relação ao preço de fechamento de setembro, de 131.816,44 pontos.

O modelo de estimativa do BB deriva de uma abordagem bottom up (de baixo para cima), que parte da avaliação individual dos analistas da casa para as companhias que compõem o índice. Ela é diferente da análise top down (de cima para baixo), que ocorre quando o investidor olha primeiro para o quadro geral, levando em conta os fatores macroeconômicos, antes de observar as perspectivas de cada empresa.

“De forma mais conservadora que a média do mercado, admitimos em nosso cenário base uma ligeira elevação no custo médio de capital das empresas, de forma a refletir o cenário mais recente de correção dos vértices longos da curva de juros doméstica”, afirma o time de research do BB em relatório.

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Partindo dessa premissa, a casa estima que desvios de 0,5 ponto percentual no custo médio de capital das companhias correspondem a cerca de 11 mil pontos na cotação final do Ibovespa. Com isso, em um cenário otimista, o índice da B3 elevaria seu potencial de alta para 28%, aos 168 mil pontos, no final de 2025. Já em um cenário adverso, o potencial de valorização seria de 11%, aos 146 mil pontos.

O BB avalia seu modelo como conservador, pois acredita haver uma assimetria positiva em relação ao potencial da Bolsa, uma vez que os desdobramentos atuais de mercado já foram incorporados nas estimativas de resultado das companhias, especialmente fatores como o impacto dos juros no crescimento de médio prazo e no comportamento do endividamento das empresas.

Quanto ao último trimestre de 2024, a casa espera que o período proporcione ganhos no Ibovespa para os investidores. O entendimento é de que o ciclo de corte de juros iniciado pelo Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos, juntamente com o cenário de alta da Selic no Brasil, produz um efeito de ampliação do diferencial de juros entre os dois países. Esse cenário tende a ser positivo para atração de fluxo de capitais para cá, além de contribuir para uma recuperação do real em relação ao dólar.

Dada a relevância do segmento de commodities na Bolsa brasileira, o BB também considera que as recentes medidas de estímulo econômico anunciadas pelo governo chinês são positivas. As iniciativas incluem permitir que bancos concedam mais crédito para a população, por meio da diminuição dos depósitos compulsórios, além de redução dos juros dos empréstimos imobiliários e da entrada mínima para aquisição de imóveis.

As sinalizações positivas no exterior, no entanto, não apagam os riscos para o desempenho do Ibovespa. “Mesmo considerando o cenário externo mais construtivo, seguimos monitorando os desdobramentos em torno da postura mais recente do Banco Central no Brasil, que reiniciou um ciclo de aperto monetário, e do ambiente fiscal, fatores que têm trazido bastante volatilidade nas últimas semanas”, pondera o BB.

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Diante desse contexto, a casa acredita que, mesmo um momento positivo para a Bolsa, as teses mais cíclicas (influenciadas por ciclos econômicos) permanecerão em segundo plano, o que motiva o banco a permanecer privilegiando em suas indicações companhias com geração de caixa mais robusta e baixo endividamento.

No terceiro trimestre de 2024, o Ibovespa disparou 6,38%, tendo atingido a sua máxima histórica de fechamento em 28 de agosto, quando atingiu o patamar de 137.343,96 pontos. Contundo, estando cotado atualmente a 132,7 mil pontos, o índice da B3 acumula queda de 1,08% no ano.