A B3 está lançando o primeiro índice latino-americano com critérios de gênero e raça, composto por 79 ativos, de 75 empresas em dez setores econômicos. O Idiversa B3 faz parte da família de 10 índices de sustentabilidade, sendo o principal é o ISE, composto por empresas que têm compromissos relacionados ao meio-ambiente, sociais e de governança (ESG).
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“O Idiversa B3 possuiu uma metodologia inédita que combina gênero e raça em um mesmo índice”, afirma Ana Buchaim, vice-presidente de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social Privado da B3. Segundo ela, além de permitir que seja base para a criação de outros índices por gestoras, o Idiversa deverá fomentar empresas a aumentarem inclusão de pessoas sub-representadas em seus quadros.
O índice foi construído com base em dados públicos disponíveis no Formulário de Referência, um requisito anual para empresas de capital aberto. Este ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir a apresentação do número de funcionários e de integrantes dos órgãos de administração e conselhos das companhias agrupados por gênero e raça.
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Buchaim afirma que a partir dessas informações é calculada uma nota – o Score Diversidade- para cada empresa, levando em conta seu setor de atividade e ainda, depois disso, é feita uma comparação com os dados demográficos do IBGE. “Dessa forma estamos olhando a evolução do setor como um todo e como as empresas estão frente aos dados demográficos”, disse Buchain.
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Segundo ela, das informações trazidas pelas empresas no formulário de referência, são consideradas a presença de mulheres ou de pretos e pardos e indígenas na diretoria estatutária e dentro do quadro da companhia. Um segundo passo é comparar essas informações com o setor e posteriormente com dados demográficos do IBGE.
“Dessa forma estamos olhando a evolução do setor como um todo e como as empresas estão frente aos dados demográficos”, disse Buchain. O resultado do score define a entrada da empresa no índice, somando-se a critérios de liquidez, acrescenta a executiva.
Buchain disse também que dentro dos critérios de inclusão, a companhia precisa ter pelo menos um membro do grupo sub-representado no Conselho de Administração e na Diretoria Estatutária. Segundo ela, são dados pesos diferentes na composição de gênero e raça de acordo com a categoria funcional – liderança, não liderança, CA e diretoria estatutária. “É uma forma de medir a evolução da companhia como um todo”, afirma.
Ela explica ainda que uma empresa, mesmo que tenha pessoas do grupo sub-representado no conselho e na Diretoria Estatutária pode ficar fora do índice, se comparativamente ao seu setor e demograficamente, estiver abaixo da média.
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O lançamento do índice faz parte dos compromissos assumidos pela bolsa na captação de US$ 700 milhões pela B3 em setembro de 2021. A meta assumida previa lançar o índice de diversidade até dezembro de 2024, o que será confirmado formalmente no relatório anual do primeiro trimestre do ano que vem, quando estará auditado.
O segundo compromisso foi de elevar para 35% a composição de mulheres na liderança. De acordo com Buchain, em dezembro do ano passado, as mulheres em liderança somavam 28% na B3 e este ano já estão perto de 31%.