O Citi considera que o aperto nas margens deve reduzir a oferta do crédito consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na visão da casa, movimentos como o do Banco Pan, que interrompeu a oferta através de correspondentes bancários, devem se repetir em outros bancos.
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“Vemos as condições econômicas apertadas do produto potencialmente limitando a oferta, como o Pan recentemente fez, e sem indicações de mudanças nos mecanismos de distribuição ou no teto de juros no curto prazo machucando os bancos de nicho”, afirma a equipe liderada por Gustavo Schroden.
Desde o ano passado, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), ligado ao Ministério da Previdência, reduziu oito vezes o teto de juros da modalidade, argumentando que a queda da Selic permitia o movimento. Agora, com a alta dos juros, os bancos afirmam que é necessário elevar o teto, mas o governo não sinalizou disposição em fazer o movimento.
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“Vemos este movimento como negativo para bancos de pequeno e médio porte que dependem do consignado do INSS”, afirma o Citi. “Em nossa visão, também é negativo para o Nubank (ROXO34), dado que além do desafio conjuntural de rentabilidade, o crescimento do consignado INSS do Nubank tem base na portabilidade de outras instituições.”
De acordo com os analistas, na portabilidade, a rentabilidade é pressionada porque o banco que recebe o empréstimo tem de ressarcir o que perdeu a operação. “Dependendo do valor em aberto na data da portabilidade, o reembolso pode variar de 2% a 30% do total, machucando o retorno de um produto com margens já apertadas.”