A Inter&Co, empresa listada nos Estados Unidos que controla o Banco Inter, encerrou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 29,6 milhões, revertendo lucro de R$ 34,3 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado é pelo critério contábil. Em termos ajustados, o Inter teve lucro líquido de R$ 23 milhões, ante R$ 19 milhões no terceiro trimestre. Os ajustes são referentes ao impacto da deflação registrada no trimestre sobre a carteira de títulos detidos pelo Inter. O banco tem aplicações em títulos públicos atrelados à inflação (NTN-Bs), e teve de fazer marcação negativa diante da queda dos preços da economia no período. O impacto total, considerando ajustes tanto na carteira de NTN-Bs quanto na carteira de crédito imobiliário e em letras de crédito imobiliário (LCIs), foi de R$ 53 milhões, de acordo com o informe de resultados do banco.
A receita bruta total do Inter no trimestre foi de R$ 1,538 bilhão, alta de 83,7% em um ano. A receita líquida total, por sua vez, aumentou 40%, para R$ 850 milhões. Já a receita líquida de serviços, em que o banco contabiliza produtos bancários e também as áreas de seguros, investimentos e o shopping online, aumentou 85%, para R$ 295 milhões no terceiro trimestre.
Na receita média mensal por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês), porém, o Inter observou uma queda de 7,8% no comparativo anual e de 11,3% em três meses, para R$ 29 por cliente. O banco digital afirma que a deflação pressionou o número, e afirma que sem este fator, o indicador teria ficado praticamente estável, em R$ 33. Já o custo de aquisição de clientes caiu 8,1% em um ano, para R$ 28, enquanto o custo de servir, também por cliente, subiu 11,5%, para R$ 17. No trimestre, a base de clientes do Inter aumentou em 9,9%, para 22,8 milhões. O número é 63,7% maior que o de setembro de 2021.
Carteira e ativos
No trimestre, a carteira de crédito do Inter chegou a R$ 22 bilhões, aumento de 47% em um ano. As modalidades que mais cresceram foram o crédito pessoal (+63,1%) e o cartão de crédito (+68,4%). A inadimplência subiu 0,8 ponto porcentual em um ano, para 3,8% pelo critério de atrasos acima de 90 dias. Em três meses, o indicador ficou estável. Segundo o Inter, a estabilidade dos atrasos em três meses é resultado da gestão ativa dos riscos.
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O banco digital tem sido mais seletivo na concessão de crédito desde o começo do ano, dado o cenário mais desafiador para a capacidade de pagamento das famílias com a subida dos juros. Em três meses, o volume de ativos do Inter subiu 7,1%, para R$ 43,844 bilhões. O patrimônio líquido foi de R$ 7,044 bilhões. Em um trimestre, houve queda de 1%. Desde o segundo trimestre, com a migração da listagem para a Nasdaq, o Inter passou a publicar seus resultados dentro do padrão contábil IFRS.