O Itaú BBA reiterou a ação da Hapvida (HAPV3) como top pick no setor de saúde diante da atualização do modelo da empresa após os resultados do segundo trimestre, os quais considerou robustos. O banco elevou o preço-alvo para R$ 7,00 por ação (ante R$ 6,00 anteriormente), o que representa 58,4% de potencial de valorização do papel.
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“Apesar do desempenho fraco recente, que atribuímos mais a fatores macro do que ao micro, vemos a empresa atualmente negociando com um múltiplo Preço/Lucro descontado (de 14 vezes em 2024 e 10 vezes em 2025, incluindo o valor presente líquido de benefícios fiscais relacionados à amortização do patrimônio)”, dizem os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio, que consideram que este é um ponto de entrada atraente para os investidores.
“O mau humor do mercado em relação às incertezas fiscais no País e algumas saídas de investidores estrangeiros em ações brasileiras pressionaram constantemente o preço das ações da Hapvida. Agora, atualizando nosso modelo, executando nossas análises e observando os múltiplos de valuation atuais, reiteramos o a companhia como top pick no setor; hoje pode ser um bom ponto de entrada”, completam, em relatório divulgado ontem.
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Em relação à base de beneficiários da companhia, o BBA está adotando uma abordagem cautelosa em relação às adições líquidas a curto prazo. A casa cita que a Hapvida tem se comprometido em aumentar a lucratividade implementando estratégias como aumentos de preços, ajustes em sua rede de provedores de serviços e uma abordagem mais conservadora em relação a novos clientes.
“Embora estas medidas possam atenuar as perspectivas de crescimento orgânico a curto prazo, consideramos injusto presumir que esta tendência persistirá. Olhando para o futuro, a eficiência da Hapvida no controle de custos deve posicionar a empresa como fornecedora dos produtos mais acessíveis do setor”, opinam os analistas.
Já sobre o tíquete médio e a sinistralidade, o Itaú considera que os preços tiveram um aumento surpreendentemente rápido no segundo trimestre, e prevê uma sinistralidade caixa de 69,9% no quarto trimestre e de 69,2% em 2024. “Vemos o aumento mais rápido do que o esperado no tíquete médio, o aumento contínuo de preços e uma postura mais otimista sobre o Piso da Enfermagem como impulsionadores por trás das revisões positivas na sinistralidade”, pontuam.
Neste terceiro trimestre, o banco observa que a empresa está ajustando sua rede de provedores de serviços, transferindo acreditações de hospitais terceirizados para provedores mais econômicos ou para sua própria rede. “Isso pode incorrer temporariamente em custos duplicados, mas todos esses ajustes visam melhorar a lucratividade no longo prazo”, afirma.
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Já quanto ao Ebitda, a melhora da eficiência das despesas gerais e administrativas (SG&A) deve reforçar a expansão das margens, na visão do BBA. “Mais de um ano após a fusão entre a Hapvida e a GNDI (GNDI3), a companhia combinada parece estar percebendo algumas sinergias nas despesas de pessoal, com potencial adicional para desbloquear. Levando em conta as recentes revisões da estrutura de pessoal e uma onda futura de centralização das funções de back-office no segundo semestre, esperamos que uma parcela significativa da expansão da margem Ebitda nos próximos 12 meses venha não apenas da normalização sinistralidade, mas também das eficiências de SG&A”, continua o relatório.
Por fim, o banco conclui que a melhora das eficiências de sinistralidade, SG&A e taxas de juro mais baixas geram revisões para cima das perspectivas de ganhos.
“Os últimos resultados se alinham com a estratégia que a Hapvida compartilhou com o mercado, incutindo confiança em nossas previsões e reforçando nosso otimismo sobre as perspectivas da empresa”, finaliza o BBA.