O CEO do Itaú(ITUB4), Milton Maluhy Filho, disse em entrevista coletiva com a imprensa que o risco do empréstimo consignado CLT é muito diferente daquele das outras operações de crédito. A fala surgiu após ele ser questionado na teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2025 sobre quais são as expectativas do banco para o produto em termos de rentabilidade e receita.
O executivo lembrou que o Itaú ainda não entrou com grande apetite no programa devido aos riscos de crédito e pela linha ainda estar em uma fase muito inicial de operação. No entanto, isso não significa que o banco não tem interesse no novo produto. Na modalidade antiga, o Itaú possui 30% do mercado do consignado privado. Todavia, quando analisada a alavancagem dos empréstimos, ele diz que a massa salarial – soma das remunerações pagas aos trabalhadores da economia – disponível todos os meses fica entre quatro e seis vezes acima de todo crédito disponível para trabalhadores da iniciativa privada.
“O risco de uma operação de consignado privado é muito diferente das outras operações. Primeiro, há antecipação do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), esse é o menor risco de todos. Depois vem o consignado para as aposentadorias. Em terceiro vem o consignado público e, depois, o privado”, explicou o presidente do Itaú.
Ele diz que a taxa de juros a ser praticada no programa de empréstimo consignado para o trabalhador da iniciativa privada precisa ser estudada. Segundo ele, há o risco individual do tomador do crédito combinado com o risco da empresa que está fazendo o pagamento. Desse modo, o banco acredita que não dá para fazer grandes concessões de crédito sem analisar as empresas e o perfil do empregado. Por isso, o banco conteve o apetite por risco na operação.
“A gente tem visto um apetite inicial de alguns players maiores do que a gente tem. Isso reflete a estratégia de risco de cada instituição. E tem aspectos regulatórios e operacionais que estão sendo observados também. Esse é um modelo novo, o empréstimo consignado CLT veio para ficar, somos muito otimistas e achamos que a massa, o nível vai aumentar muito no tempo”, concluiu o CEO do Itaú (ITUB4).