Publicidade

Tempo Real

JP Morgan vê potencial de retorno de 34% em seguradora; saiba qual

Banco iniciou cobertura da empresa com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 18 para 2025

JP Morgan vê potencial de retorno de 34% em seguradora; saiba qual
Caixa Seguridade (Foto: Adobe Stock)

O JP Morgan iniciou a cobertura das ações da Caixa Seguridade (CXSE3) nesta sexta-feira (24). O banco tem recomendação overweight (equivalente à compra) para os papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 18 para o final de 2025. Isso implica um potencial de retorno de 34%, incluindo um dividend yield (rendimento via dividendo) de 9%.

A casa acredita que a companhia pode se beneficiar de “ventos favoráveis” devido à elevação da Selic, já que metade dos investimentos da Caixa Seguridade está alocada em títulos de taxa flutuante. Vale lembrar que o Banco Central (BC) prometeu mais dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa básica de juros brasileira em suas próximas reuniões. O JP Morgan espera que a Selic atinja 15,25% até o final do ano.

Na avaliação do banco, quase toda a receita da Caixa Seguridade vem de unidades de negócios lucrativas, com Retornos sobre o Patrimônio Líquido (ROEs) superiores a 20%. A divisão de hipotecas alcançou um ROE de 27% nos primeiros nove meses de 2024, enquanto a divisão de vida e previdência gerou um ROE de 45% no mesmo período. Já os títulos de capitalização apresentaram um ROE de 65% e a unidade de consórcio atingiu 39%.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Outro ponto vantajoso para a empresa, na visão do JP Morgan, é o fato de a seguradora ter um contrato de 35 anos com a Caixa Econômica Federal até 2050, que concede acesso e receitas de comissão para todos os produtos de seguros vendidos por meio dos canais de distribuição do banco.

“A Caixa Corretora pode aproveitar a extensa rede de distribuição da Caixa Econômica, com aproximadamente 3.300 agências e 150 milhões de clientes, para comercializar seus produtos de seguro. A Caixa Corretora representou cerca de 42% da receita da Caixa Seguridade nos primeiros nove meses de 2024 e espera-se que essa receita cresça em linha com o volume de produtos distribuídos”, destacam os estrategistas do JP Morgan.

JP Morgan prefere Caixa Seguridade ou BB Seguridade?

O entendimento é de que a Caixa Seguridade tem menor penetração do que o BB Seguridade (BBSE3) em produtos como hipotecas, seguros de crédito, previdência e títulos de capitalização, o que adiciona um potencial de crescimento. O banco aponta outra vantagem da CXSE3 em relação ao BBSE3: o contrato da Caixa Seguridade que concede acesso à rede de distribuição da Caixa Econômica expira em 2050, enquanto o contrato da BBSE com o Banco do Brasil vence em 2033.

Dividendos também chamam atenção

O JP Morgan enxerga que a empresa tem baixas necessidades de capital, o que impulsiona altos dividend yields. “As joint ventures XS1 a XS5 devem apresentar robustos ROEs nos próximos anos. A combinação de altos retornos e baixas necessidades de capital resulta em um payout (percentual do lucro que será distribuído entre os acionistas) projetado de aproximadamente 90% dos lucros, o que gera um atrativo dividend yield de cerca de 9% em 2025”, indicam os analistas do banco.

Os riscos de investir na CXSE3

O banco aponta que um dos principais riscos seriam os interesses do acionista controlador, já que o governo federal é proprietário da Caixa Econômica Federal, que, por sua vez, detém atualmente 82,75% da Caixa Seguridade. Além disso, a Caixa Econômica e o governo têm a capacidade de nomear 5 dos 7 assentos do conselho de administração da Caixa Seguridade.

“Em última análise, não há garantia de que as decisões estratégicas e operacionais tomadas pela Caixa Seguridade não sacrifiquem os interesses dos acionistas minoritários em prol dos objetivos políticos do governo federal. Contudo, vale ressaltar que as subsidiárias operacionais, com exceção da Caixa Corretora, possuem parceiros do setor privado que detêm ao menos 50% das ações com direito a voto”, ressalta a casa.

Outros pontos destacados são o próprio risco do setor de seguros, pois seus produtos dependem de suposições sobre frequência de sinistros, taxas de cancelamento e retornos de investimento. Dessa forma, resultados inesperados podem impactar os lucros. Além disso, o acesso ao crédito, que beneficia a venda de seguros como hipoteca e crédito de vida, pode desacelerar devido aos juros mais altos, afetando a Caixa Seguridade, na visão do JP Morgan.

Publicidade