Os juros futuros fecharam a terça-feira perto da estabilidade, com exceção do trecho intermediário que encerrou em leve baixa. O impacto do corte de juros menor do que o esperado na China foi absorvido durante a tarde, quando o mercado então ensaiou um ajuste, mesmo com a manutenção do sinal negativo nos retornos dos Treasuries. O noticiário de Brasília ficou no radar, mas sem grandes efeitos sobre os preços.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,000%, de 13,017% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a 11,09%, de 11,13%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,55% (de 10,52% ontem) e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 10,91% (10,87% ontem).
Pela manhã, as taxas caíam em toda a estrutura a termo, acompanhando o fechamento das curvas globais e reagindo também a mais um dado favorável de inflação, a aceleração da queda do IGP-M para -1,78% na segunda prévia de junho, de -1,50% na mesma apuração de maio. Além disso, o dia foi de recuo nas cotações das commodities, refletindo a frustração do mercado com a decisão do BC chinês de reduzir o juro em 10 pontos-base, ante expectativa de queda de 15 pontos.
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À tarde, o sinal de queda se mantinha apenas até o miolo da curva, na medida em que a expectativa por uma flexibilização na comunicação do Copom amanhã, que indique início dos cortes da Selic na próxima reunião, não autoriza grandes ajustes naquele trecho. “A ponta curta está precificando o movimento da política monetária. Se existe uma maior pressão para o BC cortar os juros, a ponta curta cai”, resume o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.
Conforme apuração da repórter especial do Estadão em Brasília Adriana Fernandes, o governo dá como certo que o Banco Central vai abrir as portas para o início da redução da taxa básica de juros a partir de agosto. Em outra frente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, saiu em defesa de mudanças na lei de autonomia do Banco Central de forma a autorizar o Presidente da República a demitir o presidente da autarquia.
Enquanto espera pelo Copom, o mercado monitora a tramitação do arcabouço fiscal no Senado. De acordo com o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, as mudanças no parecer do relator Omar Aziz (PSD-AM) e o adiamento da apreciação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) “corroboram para uma realização técnica” nos juros longos, mais sensíveis ao cenário fiscal.
Aziz retirou do limite de gastos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e despesas com ciência, tecnologia e inovação. Analistas consideram que as mudanças enfraquecem a potência fiscal do texto, especialmente no caso das despesas com ciência, tecnologia e inovação, que não estavam na conta do mercado.
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“Entendemos que essas exclusões são indevidas, especialmente essa última que é imprecisa e abre a porta para excluir mais despesas do teto”, disseram Felipe Salto, Josué Pellegrini e Fernanda Castro, da Warren Rena. Em função de pedido de vista de senadores da oposição, a CAE só voltará a analisar o relatório – e votar – o texto nesta quarta-feira.