Os juros futuros fecharam esta primeira sessão de fevereiro com viés de queda. Embora o comunicado do Copom não tenha trazido novidades em relação ao anterior, de dezembro, o texto reforçou a confiança do mercado no processo de distensão monetária. O sinal de baixa dos rendimentos dos Treasuries e do dólar serviu de referência para a curva local, reforçadas as perspectivas de cortes nos juros também no exterior, ainda que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tenha ontem minimizado a chance de uma redução em março.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 9,930%, de 9,953% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 passou de 9,63% para 9,61%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 9,75% (9,78% ontem) e a do DI para janeiro de 2029 caiu de 10,22% para 10,19%.
A agenda e o noticiário esvaziados no Brasil e o Copom dentro do esperado deixaram o mercado doméstico hoje mais refém do exterior.
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Nos Treasuries, a trajetória baixista foi definida ainda pela manhã, após alta inesperada dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, nesta véspera de divulgação do payroll de janeiro. No começo da tarde, os rendimentos aceleraram o recuo e tocaram mínimas, refletindo a possibilidade de uma crise dos bancos regionais nos Estados Unidos expostos ao setor imobiliário, decorrente do aperto monetário do Fed, após o New York Community Bancorp (NYCB) registrar inesperado prejuízo no quarto trimestre. As taxas aqui acompanharam e também tocaram as mínimas do dia. O yield da T-Note de dez anos desceu até os 3,82%, mas no fim da tarde estacou em 3,85% (3,95% ontem).
Embora Powell tenha dito ser improvável uma queda de juros no primeiro trimestre, o mercado segue embutindo um orçamento em torno de 150 pontos de alívio monetário nos Estados Unidos em 2024. O início dos cortes de juros pelo Fed é visto pelos economistas como um possível catalisador para o Copom acelerar o ritmo de redução da Selic, dada a possibilidade de reduzir ainda mais as expectativas de inflação. “Teria um efeito positivo sobre o câmbio e para o cenário inflacionário”, afirma o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
Sobre o Copom, Cruz destaca que, mesmo dentro do esperado, ao garantir ao menos mais dois cortes de 0,5 ponto porcentual da Selic, que ontem foi reduzida para 11,25%, o comunicado mantém a viabilidade de uma taxa terminal abaixo de 9%. “A sinalização do Copom mostra ser possível os 8,5% previstos no Boletim Focus”, afirma.
Em relatório, o economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, lembra que, além de manter a sinalização de cortes de 0,5 ponto no juro básico nas próximas reuniões, o comunicado deslocou um pouco mais o horizonte da política monetária de 2024 para 2025. “É importante lembrar que as projeções do Copom para 2024 e 2025 se encontram em 3,5% e 3,2%, respectivamente. Logo, à medida que 2025 se torna o período mais relevante para a convergência da inflação ao centro da meta, o Copom pode ousar reduzir a Selic mais expressivamente em 2024 (para 8,5% por exemplo) em relação aos quase 9% precificados pela curva”, diz.
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