Os juros dos Treasuries cederam nesta quarta-feira, em um movimento de reversão da escalada que alçou a taxa projetada no T-Bond de 30 anos à marca de 5% na virada do dia. O alívio teve como gatilho os dados de criação de empregos no setor privado da ADP nos Estados Unidos em setembro mais fracos que o esperado. O indicador trouxe um freio, mas alguns analistas consideraram a pausa do movimento de alta das taxas como pontual. Ainda que os sinais de arrefecimento do dinamismo da economia reduzam as expectativas de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), a questão fiscal segue gerando apreensão diante dos embates em Washington.
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Por volta das 17h(de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos cedia a 5,062%, ante 5,145% perto desse horário ontem. O da T-note de 10 anos recuava a 4,728%, ante 4,799% na véspera. O rendimento projetado no T-bond de 30 anos marcava 4,861%, ante 4,933% nesse horário ontem. O rendimento desse papel chegou a 5,011% na máxima intradiária, acima de 5% pela primeira vez desde agosto de 2007.
Os dados do relatório ADP antecedem a divulgação na sexta-feira do relatório oficial de emprego, conhecido como “payroll”, que engloba dados dos setores privado e público. O indicador ampliou a aposta em manutenção dos juros do Federal Reserve (Fed) em novembro, conforme mostrou plataforma de monitoramento do CME Group.
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O diretor sênior da Fitch Ratings, Richard Francis, afirmou hoje que a destituição do deputado Kevin McCarthy da presidência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos amplia as tensões políticas em Washington. Francis, no entanto, avalia que uma eventual suspensão das atividades federais não afetaria o rating de crédito soberano, que em agosto foi rebaixado para “AA+”.
O analista de renda fixa da Julius Baer, Dario Messi, disse, em nota, que adicionou exposição a títulos com grau de investimentos com base no atual nível de juros. “Além disso, uma exposição em papéis de duration (prazo médio) mais longos também é válido para travar as taxas nesses patamares por um período maior e para limitar riscos de reinvestimentos”, escreveu. Mesmo assim, o analista ressaltou que segue cauteloso quanto a companhias alavancadas que terão o desafio de lidar com o aumento do custo real de capital, além de poderem enfrentar dificuldades em refinanciar suas dívidas no atual contexto.