Mercado

A queda da Selic prejudica ou ajuda as ações de seguradoras?

Especialistas comentam como a tendência na queda dos juros deve impactar as ações e os resultados do setor

A queda da Selic prejudica ou ajuda as ações de seguradoras?
(Foto: Envato Elements)
  • As seguradoras fazem parte das companhias conhecidas pelo mercado como pagadoras de dividendos
  • Até o momento, as ações das seguradoras seguem com altas de até 44% no acumulado do ano

O ciclo de queda da taxa Selic cria um ambiente mais favorável para os ativos de renda variável, com o enxugamento da rentabilidade dos ativos de renda fixa. No entanto, o cenário de juros mais baixos não costuma ser tão benéfico para as seguradoras.

Isso acontece porque as companhias do setor costumam aplicar os seus “prêmios”, valor pago pelos clientes para ter acesso à cobertura de um serviço de seguro, em títulos de renda fixa conservadores, como Tesouro Selic, para cobrir os futuros sinistros, quando o bem segurado sofre algum dano material ou acidente. Todo esse processo é denominado como “float”.

“A carteira de renda fixa das seguradoras é mais formada por títulos de pós-fixados com foco no curto prazo”, diz Richard Camargo, analista da Empiricus Research. Ou seja, quanto menor for a taxa de juros, menor será a rentabilidade adquirida pelas empresas nas aplicações de float.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Por outro lado, o especialista não acredita que a tendência o recuo da Selic possa impactar as ações e os resultados do setor. Isso porque as companhias não dependem, exclusivamente, desse procedimento. “No caso da BB Seguridade, mais de 80% do resultado da empresa não estão dependentes da variação da taxa Selic”, diz Camargo.

+ Leia aqui: qual é a ação de seguros que deve estar na carteira do investidor focada em dividendos?

Já Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos, tem uma visão mais pessimista para o setor durante os próximos meses. Segundo ele, o ciclo de afrouxamento monetário não deve retomar o poder de consumo das famílias no curto prazo devido ao alto nível de endividamento. “Até as pessoas pagarem as suas dívidas, vai levar um tempo para que recuperem o seu poder de consumo”, ressalta Chanes.

Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduziu em 0,50 pontos porcentuais a Selic. Com o corte, a taxa básica de juros no país passa de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. Já a projeção para o fim de 2023 é que a Selic encerre o ano em 11,75%, segundo dados do Boletim Focus.

Mesmo com a tendência de queda dos juros, as ações das seguradoras seguem com no campo positivo. Os papéis da Caixa Seguradora (CXSE3) acumulam a maior valorização ao registrar uma alta de 44% em 2023. Já as ações da Porto Seguro (PSSA3) e da BB Seguridade (BBSE3) registraram uma rentabilidade de 19,4% e de 4,6%, respectivamente.

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos