O bilionário Luiz Barsi Filho é conhecido por sua estratégia focada na construção da “carteira previdenciária de ações”, que busca empresas sólidas, perenes e boas pagadoras de dividendos. Em vídeo recente do Ações Garantem o Futuro (AGF), o megainvestidor aproveitou para comentar sobre os papéis que comprou e vendeu nos últimos meses, além de outros ajustes que vem fazendo na sua carteira.
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Duas novas ações entraram no portfólio de Barsi: a Banrisul (BRSR6) e a CSN Mineração (CMIN3). Os papéis da primeira foram comprados pelo bilionário como uma forma de realocar os valores investidos na Cielo (CIEL3), que deixou de negociar ações na B3 no final de agosto. O megainvestidor enxerga os ativos da instituição gaúcha como opções seguras, levando em consideração a longa tradição do banco.
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Além de possuir características perenes, o Banrisul tem uma outra característica interessante, em sua visão: o estado do Rio Grande do Sul é dono de 98,13% das ações ordinárias da instituição. “Com isso, subentende-se que os resultados do banco abastecem os cofres gaúchos. É uma ação que você pode comprar com confiança, porque já tem mais de 80 anos e vai continuar proporcionando bons resultados”, afirmou Barsi.
Já a ação da CSN Mineração é vista pelo bilionário como uma alternativa mais interessante do que a da Vale (VALE3) para ganhar dividendos, já que o papel de maior peso para o Ibovespa tem atualmente uma cotação elevada, na casa dos R$ 56, o que reduz seu dividend yield (rendimento via dividendos). A CMIN3, por sua vez, está cotada a cerca de R$ 6.
Dessa forma, o mesmo valor que seria usado para comprar uma única ação da Vale poderia adquirir 9 papéis da CSN Mineração. Essa estratégia represente um dos conselhos mais conhecidos de Barsi, que prefere ações de valor nominal baixo para ter um número maior de papéis, na expectativa de receber mais proventos. “Dividendo você ganha por quantidade possuída e não por valor aplicado”, destacou o bilionário.
Outros ajustes na carteira de Barsi
Além de falar sobre as ações que vem comprando em 2024, o megainvestidor comentou sobre outros ajustes pontuais em sua carteira. Um deles envolve as ações da Sabesp (SBSP3), que estão caras, na opinião de Barsi, considerando o valor dos dividendos que a empresa distribui. Atualmente, os papéis SBSP3 estão cotados a R$ 94,79.
“Eu fiz substituições. Fui vendendo ações da Sabesp e comprando da Auren (AURE3), que é uma empresa nova, com uma perspectiva fantasticamente positiva. Também comprei ações da Caixa Seguridade (CXSE3)“, disse o bilionário.
Pelo mesmo motivo, Barsi pensa em talvez vender os papéis da Eletrobras (ELET6) daqui para frente. “A ELET6 está circulando na faixa dos R$ 40 a R$ 45, mas, se subir um pouco mais, vou trocar por outros ativos”, afirmou.
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Outro papel que o megainvestidor encara com desconfiança é a Cosan (CSAN3). Ele comprou os ativos da empresa no passado, em função de sua valorização, que compensava os baixos dividendos distribuídos. Depois do desdobramento das ações, realizado em 2021, os papéis não tiveram o mesmo desempenho de antes.
“A Cosan está bastante sacrificada no mercado e a administração da empresa se endividou bastante”, explica Barsi. “O papel está patinando e vai continuar assim enquanto não houver filosofia diferente da atual. Eu não reduzi minha posição na empresa, mas deixei de comprar mais ações”, complementa.
Se por um lado há decepções, por outro há empresas que têm chamado a atenção do bilionário. Uma delas é o Bradesco (BBDC4). Ele encara os papéis da instituição como uma opção para quem deseja lucrar com a valorização das ações, sem que o foco esteja em receber proventos. “Talvez a gente ponha na carteira, mas a ação ainda não exprime sentimento de dividendo. Agora para quem quiser comprar Bradesco e esperar, eu acho que o papel sobe”, pontua o megainvestidor.
O otimismo de Luiz Barsi Filho ocorre diante das mudanças na direção realizadas pelo banco neste ano. Em fevereiro, a instituição anunciou que seis unidades de negócio passariam a responder diretamente ao presidente, Marcelo Noronha, enquanto haveria unidades de suporte para questões estruturais. Mais detalhes podem ser conferidos nesta matéria.