As ações do Magazine Luiza (MGLU3) operam no pregão desta quarta-feira (4) em queda. Às 13h28 (de Brasília), os papéis da companhia caem 1,68%, a R$ 11,84. No mesmo horário, o índice Ibovespa operava em alta de 0,23%, aos 136.606 pontos.
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No fechamento de quarta-feira (4), as ações do Magalu subiram 3.08%, a R$ 12,04, enquanto o índice da B3 terminou o pregão em alta de 1.31%, aos 136.111 pontos.
Os investidores avaliam uma série de dados americanos divulgados nesta manhã. A pesquisa ADP, por exemplo, mostrou uma geração de vagas menor do que a esperada pelo mercado no setor privado do país em agosto. Já os pedidos de auxílio-desemprego apresentaram queda maior do que a aguardada por analistas, enquanto o custo da mão de obra nos EUA subiu menos do que se previa no segundo trimestre.
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Depois, saiu o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) ISM do setor de serviços dos Estados Unidos, que superou levemente a expectativa, ajudando a impulsionar os índices das bolsas, com exceção do Dow Jones que caía.
Ainda que os dados tenham ampliado as chances de um relaxamento mais agressivo pelo Federal Reserve (Fed) em 2024, mostra um quadro divergente e aumentam as dúvidas sobre a situação do emprego na véspera do payroll – o indicador oficial de emprego dos Estados Unidos. “O mercado está bem cauteloso à espera do payroll, que concentra tanto as vagas do setor público quanto privado, em uma semana de diversas divulgações de dados de emprego”, diz Felipe Sant Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk.
Sant Anna destaca que há alguns sinais de que a curva de criação de empregos nos EUA começou a cair, com indícios de menos oferta de vagas. “Talvez a postura mais restritiva do Fed em ter mantido o juro algo por mais tempo pode ter afetado o mercado de trabalho de forma demasiada”, pontua, completando se isso for verdade o banco central dos EUA terá de soltar mais a política monetária. A probabilidade majoritária na plataforma de monitoramento CME Group de uma redução de 25 pontos-base (pb) nos juros pelo BC americano em setembro é majoritária, mas essa opção perdeu vantagem e caiu para 55% após os dados. Já a chance de um corte maior, de 50 pb, avançou de 43% antes dos dados para 45% depois das publicações.
“No geral, as apostas estão meio a meio. Se houver redução de 0,50 nos Estados Unidos e aqui a Selic for elevada em 0,25 ponto, haverá fuga de capital estrangeiro da Bolsa?”, indaga Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, completando que as preocupações fiscais também tendem a fazer “bastante preço” nos ativos do Brasil. A perspectiva de alta de juros no Brasil afeta os papéis do setor de varejistas na Bolsa, como as ações do Magalu.
Magazine Luiza: parecer reforça acusação de ex-donos do Kabum contra empresa; varejista contesta. Entenda
O ex-dono do KaBuM!, Leandro Ramos, afirma que o Magazine Luiza abusou de uma norma contábil para não pagar parte do valor da venda do loja online feita em 2021, acusa publicação no LinkedIn do empresário nesta quarta-feira (3). A denúncia teve parecer do professor Demetrius Macei, ex-conselheiro da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Procurado pela reportagem, o Magazine Luiza disse que segue estritamente as normas contábeis e que cumpriu e rigorosamente o contrato celebrado com os fundadores do KaBuM!.
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Em post no seu LinkedIn, Leandro Ramos diz que o Magazine Luiza realizou uma série de “malabarismos na sua contabilidade, para demonstrar uma variação negativa no preço do negócio fechado pelo KaBuM!”. Segundo ele, uma análise das demonstrações de resultados revela que o Magazine Luiza admite que a operação se deu por R$ 3,5 bilhões, com R$ 1 bilhão pago em dinheiro à vista, e o saldo remanescente em troca de ações.
“A companhia utiliza mecanismos inusuais, para não dizer simulados, para tentar validar essa gritante diferença entre este valor e o que eles apontam como efetivamente devido aos donos da KaBuM!”, acusa Leandro Ramos em sua rede social.
(Com informações do Broadcast)