O mercado financeiro hoje opera de olho na agenda econômica da semana, que traz os dados de inflação de Estados Unidos, zona do euro e Alemanha, além de comentários de dirigentes de diversos bancos centrais que devem modular as perspectivas para os juros. No entanto, a aversão ao risco domina os mercados nesta segunda-feira (13) de agenda esvaziada e com expectativas voltadas para o índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI).
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Ainda no exterior, a semana também marca o início da temporada de balanços corporativos americanos e os resultados de Produto Interno Bruto (PIB), vendas no varejo, produção industrial e decisão monetária do Banco Popular da China (PBoC).
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No Brasil, as atenções ficam hoje com live com Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, promovida pela Bradesco Asset e, nos próximos dias, na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).
Os principais fatores que movimentam o mercado hoje
Mercados internacionais iniciam a semana com viés negativo
Os futuros das bolsas de Nova York e os mercados de ações europeus estendem perdas de sexta-feira, enquanto juros dos títulos públicos americanos e dólar voltam a subir, após os dados do relatório de emprego americano (payroll) muito forte em dezembro levarem à redução de apostas em alívio de juros dos EUA ao longo deste ano. Com o movimento, o índice DXY – que compara a moeda americana com outras divisas relevantes no mundo – renovou maior nível desde novembro de 2022, a 110,176 pontos, enquanto o euro caía a US$ 1,0177, e a libra o menor desde novembro de 2023, a US$ 1,2104.
O início da temporada de balanços americana e notícias sobre os planos da próxima administração de Donald Trump para a política fiscal e tarifária devem ainda afetar os ativos financeiros com a proximidade da posse na segunda-feira que vem. Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan e Wells Fargo publicam balanços nesta quarta-feira (15), enquanto Bofa e Morgan Stanley, na quinta-feira (16).
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As bolsas asiáticas fecharam em baixa, apesar do aumento das exportações chinesas e do superávit comercial maior que o esperado, com empresas tentando acelerar os envios antes da elevação de tarifas nos EUA. No entanto, os dados não foram suficientes para aliviar as preocupações sobre a economia chinesa. O Barclays destaca a posição delicada do BC chinês (PBoC), que enfrenta a desvalorização do yuan, queda nas ações e nos rendimentos dos títulos soberanos. O PBoC e reguladores de câmbio reforçaram promessas de defender o yuan.
Commodities mostram força
O petróleo avança mais de 1% nesta segunda-feira, impulsionado por tensões geopolíticas e sanções contra empresas da Rússia, apesar da alta do dólar e do sentimento de risco fragilizado em mercados globais. Já o contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para maio de 2025, fechou em alta de 1,92%, cotado a 768,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 104,8.
Cenário doméstico: inflação e contas públicas em foco no Brasil
A queda das bolsas internacionais indica pressão sobre o Ibovespa hoje, embora as altas do petróleo e do minério de ferro nesta manhã possam amenizar os ajustes. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) brasileiro negociado em Nova York, caía 0,44% no pré-mercado, enquanto o ADR da Petrobras (PETR3; PETR4) subia 0,07% e o da Vale (VALE3) estava estável no início da manhã (horário de Brasília).
Altas persistente dos juros dos Treasuries (títulos públicos americanos) e do dólar podem pesar também nos juros futuros e mercado de câmbio, além das projeções do boletim Focus para a inflação, em especial a de serviços, que é acompanhada de perto pelo Banco Central para decidir a trajetória da taxa Selic. A projeção para a a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue subindo, conforme o levantamento da Focus revelado nesta segunda-feira.
O Banco Central prevê que a inflação brasileira não vai convergir ao centro da meta, de 3%, nos próximos 30 meses, em carta aberta do presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em relação às contas públicas, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que “é natural” que a pasta tenha de adotar novas medidas para garantir a preservação do arcabouço fiscal, como o combate aos supersalários no serviço público e a idade mínima para aposentadoria dos militares, mas destacou que o governo cumpriu a meta de resultado de primário no ano passado com um déficit de R$ 12 bilhões, “contra todas as expectativas”.
Na agenda do mercado financeiro hoje, Galípolo participa, por videoconferência, das reuniões bimestrais do Banco de Compensações Internacionais (BIS) às 9h. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com Sidônio Palmeira, futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), às 9h e com outros ministros ao longo da sessão, incluindo Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda), além de líderes do governo no Congresso e na Câmara, às 11h.
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*Com informações do Broadcast