O preço do contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta terça-feira (20), em meio ao dólar fraco e de olho nos primeiros cortes de juros por Federal Reserve (Fed) e Banco Central Europeu (BCE), segundo especialistas. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril encerrou a sessão com valorização de 0,78%, a US$ 2.039,80 a onça-troy.
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Analista do City Index, Fawad Razaqzada, pontua que nesta terça o ouro se apoiou na realização de lucros de investidores cambiais, que se aproveitaram da força do dólar construída às custas das inflações ao consumidor e produtor (CPI e PPI) mais fortes do que o esperado na semana passada. Ele aponta também que o ouro deve subir em breve, quando investidores precificarem os primeiros cortes de juros nos EUA e na Europa com maior precisão. “Há, sem dúvida, muita demanda reprimida por ouro, dada a alta da inflação nos últimos anos”, afirma.
Enquanto isso, o Commerzbank pontua que os ganhos desta treça-feira são surpreendentes, visto que não houve uma mudança expressiva nas expectativas de redução das taxas de juros. Porém, o banco alemão escreve que os dirigentes do Fed têm dado a entender que, mais cedo ou mais tarde, os juros vão cair ainda em 2024. Segundo o Commerzbank, porém, a subida nos preços do ouro deve ser limitada neste ano, uma vez que a economia americana persiste resiliente e a inflação continua elevada, pesando contra um ciclo de cortes de juros acelerado.
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Segundo o banco ANZ, a consolidação dos preços do ouro deve durar todo o primeiro trimestre, e na sequência o valor do metal subirá durante o ano até cerca de US$ 2.200. “As próximas eleições dos EUA e os cortes iminentes nas taxas de juros apoiarão a procura por ouro sempre que acontecerem”, afirma, em relatório.
O banco australiano considera que parte da robustez do ouro se deve ao avanço dos bancos centrais na procura pelo ativo de segurança. Recentemente, o ANZ registrou aumento generalizado na procura do metal por BCs. No acumulado do ano, a instituição afirma que a demanda triplicou, como consequência do aumento das tensões geopolíticas globais e do “esgotamento da confiança nos ativos de renda fixa nos EUA”.
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