O dólar recuou ante rivais fortes hoje, em meio a correção de fortes ganhos recentes e enquanto investidores se posicionam para a divulgação do principal relatório de empregos dos EUA, o payroll. Entre emergentes, o peso mexicano registrou acentuada desvalorização contra o dólar, acompanhando pares da América Latina e com perdas intensificadas por cautela do mercado local.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 148,45 a ienes, o euro avançava a US$ 1,0552 e a libra tinha alta a US$ 1,2194. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,44%, a 106,332 pontos.
Em relatório, o Brown Brothers Harriman (BBH) aponta que a depreciação da moeda americana ante pares fortes reflete a consolidação de ganhos recentes. O banco nota que “não há razão para acreditar que a tendência de alta do dólar terminou”, em especial contra o iene. O BBH avalia que dados recentes de balanço patrimonial do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) não sugerem intervenção nos mercados de câmbio e que, além das especulações sobre esta possível interferência, não houve mudança nos fundamentos que apoiam a moeda americana. “Os dados do payroll amanhã serão muito importantes para a direção do dólar no curto prazo”, analisou.
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Para o ING, ainda há espaço para uma “reprecificação hawkish” na parte frontal da curva do dólar, e os riscos de alta para a divisa “continuam substanciais”.
Entre emergentes, o peso mexicano operou sob forte pressão nesta quinta-feira, ampliando desvalorização contra o dólar após o governo do México decidir unilateralmente alterar as tarifas de concessões de aeroporto, segundo comunicado de empresas controladoras. Em comentário ao Broadcast, o analista Edward Moya, da Oanda, afirmou que a decisão foi inesperada e deve levar a grandes alterações de tarifas em outras indústrias. “No curto prazo, são más notícias para os ativos mexicanos, incluindo o peso, considerando o cenário mais fraco de crescimento global”, projetou.
Contudo, outros analistas consultados pelo Broadcast discordam que este seja o principal driver do desempenho da moeda neste pregão. Analista de Mercados do ActivTrades, Alexander Londoño diz que o dólar tem ganhado espaço especialmente sobre as principais divisas da América Latina, não apenas sobre o peso mexicano. Para ele, a divisa do México sofre “acima de tudo” pela perspectiva de que os juros do Federal Reserve (Fed) permanecerão elevados por tempo prolongado e por uma correção de ganhos recentes.