Por Gabriel Bueno da Costa – O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou hoje, com ajuste após ganhos recentes. Além disso, o euro esteve apoiado, em meio a declarações do Banco Central Europeu (BCE). Analistas, porém, continuam a avaliar que o dólar deve manter impulso no futuro próximo.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 135,65 ienes, o euro avançava a US$ 1,0477 e a libra tinha alta a US$ 1,2175. O índice DXY recuou 0,40%, a 104,685 pontos.
Na zona do euro, a taxa de desemprego recuou de 6,7% em abril (dado revisado, de 6,8% antes informado) a 6,6% em maio, ante previsão de 6,8% dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. A Capital Economics avaliou que o mercado de trabalho forte na região ampliará pressões inflacionárias, o que por sua vez reforça a perspectiva de altas de juros.
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Entre os dirigentes do BCE, Robert Holzmann disse que o retorno da inflação à meta de 2% deve levar “algum tempo”, em quadro ainda de problemas nas cadeias de varejo e com as consequências da guerra na Ucrânia. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) publicou relatório hoje, no qual vê risco crescente de recessão global. O IIF diz que vinha se preocupando com o quadro na Europa, mas agora também destaca a piora do mercado imobiliário nos EUA, com a alta nos juros hipotecários.
A Capital Economics, porém, continua a avaliar que o dólar manterá força, diante da expectativa por “aperto agressivo” na política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O crescimento global “desapontador” e o sentimento de risco “fraco” que a consultoria projeta também tendem a apoiar o dólar neste ano, diz ela. A Capital projeta que o euro fique em US$ 1 no quarto trimestre deste ano, mas acredita que a moeda comum pode ajustar parte das perdas nos três primeiros meses de 2023, a US$ 1,02 em média.
Na agenda do dia, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA subiu 6,3% em maio, na comparação anual. O núcleo do índice avançou 0,3% no mês, um pouco abaixo da previsão de alta de 0,4% dos analistas. O dado é a medida de inflação preferida pelo Fed, com o quadro anual ainda bem acima da meta de 2% do BC americano.