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Negócio da Engie (EGIE3) permite fazer novos investimentos, diz executivo

A venda da fatia da subsidiária da companhia movimentou R$ 3,1 bilhões

Negócio da Engie (EGIE3) permite fazer novos investimentos, diz executivo
(Foto: Stephane Mahe/Reuters)

Em meio à previsão de investir mais de R$ 11 bilhões nos próximos três anos, a Engie Brasil (EGIE3) lançou mão de uma rotação de ativos com a venda de 15% da Transportadora de Gás Associado (TAG) para o fundo canadense CDPQ e não descarta adotar novas operações, como a venda de participação remanescente e inclusive aumento de capital (follow-on) no mercado de capitais. O negócio movimentou R$ 3,1 bilhões.

De acordo com executivos da companhia, em teleconferência realizada há pouco com analistas e investidores, o negócio deve ajudar na execução do plano de crescimentos da Engie sem elevar o nível de alavancagem que terminou o terceiro trimestre deste ano em 2,1 vezes o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) dos últimos 12 meses.

Eles pontuaram que além disso, a empresa reduz participação num negócio de infraestrutura de gás para se concentrar mais em geração e transmissão de energia, seu principal negócio. “Temos intenção de novos investimentos buscando sempre retornos acima dos obtidos com o ativo que vendemos agora”, disse o diretor-presidente da Engie, Eduardo Sattamini.

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O executivo pontuou também que um dos focos da companhia na área de geração é buscar projetos que já estão com sua capacidade de produção contratada no longo prazo a valores maiores do que os praticados hoje no mercado livre. Em outra frente de negócios, a empresa tem grande interesse por linhas de transmissão, negócio com receita fixa, contratada em leilões promovidos pelo governo. Em março, por exemplo, será realizado um certame com expectativa de R$ 18,2 bilhões em investimentos. “Traz resiliência”, afirmou.

Sobre uma futura venda adicional de sua participação na TAG, ele comentou que existe a possibilidade, caso apareça uma oportunidade de negócios “boa” e dentro do interesse da companhia, mas que no momento uma operação dessas não está nos planos.

Já o diretor financeiro da Engie, Eduardo Takamori, destacou que a empresa estuda diversas alternativas para fazer frente aos aportes, e que além da rotação de ativos, pode fazer um aumento de capital. “Emissão de ações está no radar, é uma das opções”.

Ele, contudo, defendeu a operação anunciada na noite da última quinta-feira (28) e disse que foi “a decisão que melhor agregava valor aos acionistas”, e destacou que ao mesmo tempo que a Engie considerava vender, havia um interesse do CDPQ por aumentar sua participação na TAG.

Em relação ao nível de pagamento de dividendos, o executivo afirmou que não vê espaço para aumento no curto prazo, e que o reinvestimento de recursos é a melhor destinação no momento. “É pouco razoável aumentar o payout”.

Governança

Com a venda de 15% que a Engie Brasil detinha na TAG, a transportadora de gás passará a ser controlada meio a meio pelo grupo canadense e o francês, uma vez que a Engie S.A., controladora da Engie Brasil mantém 32,5% do negócio e outros 17,5% continuarão com a companhia. Já o CDPQ sai de 35,0% para 50%.

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