- Após sair em dezembro do ano passado do maior processo de recuperação judicial de uma empresa na Bolsa, a Oi pode estar se preparando para uma 2ª reestruturação
- A companhia entrou na última quinta-feira (02) com um pedido de tutela cautelar antecedente de recuperação judicial alegando R$ 29 bilhões apenas em dívidas financeiras
- “Apesar do inquestionável sucesso da 1ª RJ, que permitiu a redução substancial do seu endividamento total, a estrutura de capital da Companhia continua insustentável”, afirmou a empresa, no pedido judicial
Após sair em dezembro do ano passado do maior processo de recuperação judicial (RJ) de uma empresa na Bolsa, a Oi (OIBR3) pode estar se preparando para uma segunda reestruturação. No pedido de proteção contra credores que a empresa protocolou na Justiça ontem, a companhia afirmou que os recursos da companhia continuam em uma situação “insustentável”. As ações da companhia abriram o pregão desta sexta-feira (3) em queda.
Leia também
A companhia entrou na última quinta-feira (02) com um pedido de tutela cautelar antecedente de recuperação judicial alegando R$ 29 bilhões apenas em dívidas financeiras. Os débitos seriam com credores internacionais, investidores que detêm títulos de dívida da empresa e bancos nacionais, sendo que metade desse valor está vinculado ao dólar – portanto, suscetível à majoração em razão de flutuações cambiais.
“Apesar do inquestionável sucesso da 1ª RJ, que permitiu a redução substancial do seu endividamento total, a estrutura de capital da companhia continua insustentável”, afirmou a empresa, no pedido judicial, que foi atendido.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A segunda crise dentro da companhia de telecomunicações viria de “diversos fatores”. Um deles seria a demora no fechamento das vendas das Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), que teria levado ao direcionamento do seu caixa para “pesados e indispensáveis” investimentos para manter a operação, além da emissão de bonds (títulos de dívida) para captação de capital.
A companhia também teria perdido cerca de 4% dos clientes da telefonia fixa entre os anos de 2020 e 2022 e sofrido com as divergências no fechamento de preço da venda dos ativos móveis para as concorrentes Tim, Claro e Vivo. Isto teria levado à suspensão da entrada de R$ 1,7 bilhão no caixa.
Diante deste cenário, a Oi não teria como pagar a parcela de R$ 600 milhões em dívidas que vencem no próximo dia 5 de fevereiro, dentre os quais mais de US$ 82 milhões (aproximadamente R$ 400 milhões) são devidos a títulos de juros para os credores que possuem títulos da companhia. O “calote” acarretaria no vencimento antecipado de quase a totalidade da dívida financeira apontada pela empresa por conta do rompimento de cláusulas de vencimento antecipado nos contratos financeiros.
Publicidade