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Petrobras (PETR3; PETR4): oferta por exploração de petróleo na Namíbia pode afetar os dividendos?

Analistas do Citi e XP avaliam a estratégia da petroleira em diversificar ativos fora do Brasil

Petrobras (PETR3; PETR4): oferta por exploração de petróleo na Namíbia pode afetar os dividendos?
Petrobras. (Foto: Wilton Junior/Estadão)

A diretora de Exploração e Produção Sylvia dos Anjos afirmou que a Petrobras (PETR3; PETR4) fez uma oferta não vinculante para comprar uma grande participação em uma descoberta de petróleo offshore (“fora da costa”, o que se refere a uma forma de investir no exterior) na Namíbia, segundo notícia publicada na imprensa internacional na sexta-feira (26).

Para o Citi, embora a oferta da petroleira possa gerar um “bom fluxo de caixa”, isso poderia impactar negativamente os pagamentos de dividendos da Petrobras a curto prazo.

De acordo com a pesquisa do Citi, o bloco exploratório na Namíbia deve conter 10 bilhões de barris equivalentes de petróleo (boe) e tem um valor estimado em US$ 12 bilhões.

Para os analistas do banco, esse anúncio está alinhado com declarações recentes da empresa, visto que “em 13 de maio de 2024 um dos diretores da gestão da Prates revelou que a empresa estava negociando uma fusão ou aquisição (M&A) na Namíbia”, eles escreveram em relatório.

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O banco reiterou sua recomendação para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras como neutra, com preço-alvo em US$ 15, o que representa um potencial de valorização de 3,7% com base no último fechamento.

Visão da XP sobre o investimento da Petrobras

A XP Investimentos avalia que a proposta da Petrobras como neutra, observando que, com base nas informações divulgadas, ainda é incerto se a oferta da companhia será superior às outras propostas pelo ativo.

Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, em relatório, indicam que a Namíbia offshore é uma fronteira exploratória nova. No entanto, são cautelosos quanto à estratégia de diversificação da estatal fora de seus principais ativos no Brasil, especialmente porque a Galp tem 80% do campo e pretende vender 40% dessa participação.

Eles também mencionam que reportagens anteriores avaliaram o campo em US$ 10 bilhões, o que sugere que a fatia de 40% poderia ser avaliada em cerca de US$ 4 bilhões, equivalente a quase um trimestre do Fluxo de Caixa Livre da Petrobras.

“Trata-se de um valuation (valor do ativo) relativamente bem precificado, na extremidade superior da faixa de US$ 3 a US$ 4 por barril não desenvolvido, que acreditamos que os ativos offshore de alta qualidade normalmente garantem, assumindo um fator de recuperação de 20-25%”, destacam os analistas sobre a Petrobras (PETR3; PETR4).

*Com informações do Broadcast

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