A fusão entre Cobasi e Petz (PETZ3) foi aprovada nesta quarta-feira (10) pelo tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração (ACC) que prevê desinvestimento de ativos. Após a notícia, as ações da varejista fecharam em forte alta na B3. No encerramento, dispararam 4,32% a R$ 4,35.
Em fato relevante, a companhia disse que o acordo prevê, além de determinados compromissos comportamentais, o desinvestimento de 26 lojas localizadas no Estado de São Paulo, que representam 3,3% do faturamento da companhia combinada nos últimos 12 meses até o terceiro trimestre de 2025.
A Petz acrescentou que a conclusão da operação depende da verificação (ou eventual renúncia) das condições suspensivas pelos conselhos de administração da própria empresa e da Cobasi, além da determinação da data de fechamento.
“Informações adicionais acerca da operação, inclusive a respeito da data de fechamento, serão tempestivamente divulgadas pela companhia nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis”, destaca.
A combinação de negócios entre as duas empresas será implementada por meio da incorporação das ações da Petz pela Cobasi. Em decorrência da operação, a Petz se tornará subsidiária integral da Cobasi. Os acionistas da Petz receberão 52,6% das ações da nova empresa, que deve se chamar NewCo, e os acionistas da Cobasi, 47,4%.
A empresa criada deverá ter R$ 7 bilhões em faturamento no varejo voltado a produtos para animais de estimação, além de 483 lojas e pelo menos 20 marcas, como ZeeDog, Petix, Spike! – que pertencem à Petz – e Flicks – da Cobasi. A ideia é que Paulo Nassar, cofundador e CEO da Cobasi, se torne presidente executivo e Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, vá para a presidência do conselho.
Em entrevista ao E-Investidor em agosto, Zimerman já se mostrava otimista com a decisão do Cade. Segundo o empresário, a combinação de negócios não gera prejuízo à concorrência, uma vez que hoje há opções de petshops em plataformas digitais que oferecem serviços similares mesmo tendo lojas físicas próximas das unidades do grupo. “Fizemos um importante trabalho de mostrar isso à autarquia”, comentou.
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Nesta matéria, analistas avaliaram que o acordo deve desbloquear sinergias relevantes, dados os modelos de negócios semelhantes das empresas, principalmente no varejo físico. A concorrência com marcas on-line, porém, deve permanecer como um desafio.
Em análise divulgada nesta quarta-feira, a Ativa Investimentos pontua que, apesar da restrição imposta pelo Cade, a venda das 26 lojas em São Paulo deve ter um impacto marginal na NewCo, não alterando a visão positiva da corretora para a fusão entre as duas companhias.
Embora o processo possa trazer despesas incrementais, no longo prazo a Ativa entende que a combinação de negócios deve ser benéfica para a Petz, que já vinha enfrentando concorrência agressiva. “Seguimos monitorando o andamento da fusão, agora, com um caminho melhor definido”, diz a casa.